O grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) começou a cumprir suas ameaças de aplicar a sharia aos 230 cristãos, sequestrados em fevereiro deste ano na Síria, caso não paguem um abundante resgate. Na última quinta-feira, difundiram um vídeo que mostra o assassinato de três dessas pessoas, através do qual anunciam o futuro assassinato de outros três se não respeitarem “as medidas corretas” para sua libertação.

O assassinato foi com arma de fogo e difundida através de um vídeo. Por meio deste, vê-se o Dr. Abdulmasih Aniya e Assur Abraham, ambos de Tel Jazira. O outro era Basam Michael, do Tel Shamiram. Ambas as aldeias fazem parte das 35 vilas localizadas no vale de Khabur (nordeste da Síria) e foram atacadas pelo ISIS em fevereiro.

Os três cristãos aparecem em um deserto e estão vestidos com macacões laranjas. Antes de serem assassinados, cada um se identifica e diz o nome da sua aldeia de origem. Os terroristas mencionaram no vídeo que este assassinato aconteceu em 23 de setembro, dia que coincidia com a celebração muçulmana da “Festa do Sacrifício” (Eid al-Adha).

Despois do assassinato, os terroristas mostraram outros três cristãos, vestidos também com macacão laranja, diante dos cadáveres. Um deles indica os corpos e diz em árabe: “Nosso futuro será o mesmo deles se não forem respeitadas as medidas corretas para nossa libertação”.

Segundo informou a agência Fides, estes três homens também pertencem ao grupo dos 230 reféns cristãos. O local de sua detenção se encontra provavelmente na área de al-Shaddadi, sede do Daesh, a 60 km de Hassakè. Entre os reféns estão 52 crianças, 84 mulheres e agora 92 homens.

Inicialmente, o ISIS sequestrou 254 pessoas das 35 aldeias cristãs na região, alguns dias depois libertaram 23 reféns. Conforme informou a Igreja assíria e AINA News (Assyrian International News Agency), o Estado Islâmico exigiu 100 mil dólares por cada refém, um total de aproximadamente 23 milhões de dólares. No vídeo, os jihadistas voltaram para exigir o pagamento dos 100 mil dólares em troca da libertação de cada refém.

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Advertiram que se não lhes entregarem este valor, continuarão com as execuções dos cristãos. Embora já houve tentativas de negociação por parte da Igreja a fim de resgatar os cristãos sequestrados, todos foram rejeitados.

Em maio, o Bispo Mellis, da igreja assíria, disse a SBS Radio na Austrália que ofereceram aos jihadistas um determinado valor em dinheiro, o qual “pensamos que era aceitável a fim de pagar o resgate das 230 pessoas”. Entretanto, o ISIS respondeu: “A quantidade que a Igreja oferece não é aceitável. A partir de agora, já não poderemos negociar contigo”.

Há um mês, o Arcebispo sírio-católico, Dom Jacques Behnan Hindo, informou à Fides que foi aberta novamente uma negociação a fim de chegar a um acordo de um valor mais acessível.

Por sua parte, a Rede de Direitos humanos Assíria, Osama Edward, disse à ARA Notícias que “as negociações, realizadas pelo Bispo Efrén Otnaial, líder da Igreja do Oriente na Síria, foram suspensas devido às exigências inaceitáveis do grupo terrorista”.

Do mesmo modo, um membro de Comissão de Paz Civil no Tel Temir (Síria), declarou sob anonimato que o ISIS pediu 12 milhões de dólares pelo resgate do resto dos reféns, mas as autoridades ainda não chegaram a um acordo para enviar uma resposta.

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