Roma, 21 de out de 2015 às 07:00
O reverendo Archimandrita Fadi Rabbat, líder ortodoxo originário do Líbano, advertiu que a Europa –o continente que mais difundiu o Evangelho- está a caminho de uma islamização que é consequência da secularização e da renúncia às suas raízes cristãs; enquanto os imigrantes muçulmanos que chegam mantêm intacta sua identidade religiosa.
“Hoje em dia, a Europa está colhendo o que plantou… Cabe afirmar que, em 2027, a França será uma nação islâmica e em 2050 a Alemanha também o será”, expressou em declarações enviadas ao Grupo ACI.
O também membro da Igreja Ortodoxa de Antioquia, sustentou suas afirmações baseadas nos “sinais preocupantes” suscitados no velho continente, marcado pela cristãofobia.
O reverendo Rabbat, que reside no México, pôs como exemplo o caso ocorrido em 1995 na Alemanha, quando “o Tribunal Constitucional de Karlsruhe anulou a legislação bávara, a qual permitia colocar um crucifixo nas escolas públicas regionais”.
Além disso, em novembro de 2009, o Liceu Diesterweg, localizado em Berlim, foi obrigado judicialmente a construir uma sala-mesquita para que os alunos muçulmanos pudessem realizar suas orações diárias. Entretanto, “não vimos nenhuma decisão jurídica similar que obrigue a construir uma sala-igreja”.
Deste modo na França, “modelo do Estado leigo”, o ministério do Interior registrou que durante o ano passado houve 807 ataques contra lugares de culto de diversas religiões, 673 foram contra lugares cristãos. Além disso, em abril deste ano, um jovem muçulmano profanou 216 tumbas cristãs.
O Archimandrita, que viaja constantemente ao Oriente Médio para atender os cristãos perseguidos pelos extremistas muçulmanos, também criticou a decisão do Tribunal Europeu de Estrasburgo, o qual acolheu o pedido de Soile Lautsi de que se retire os crucifixos das salas de aula na Itália.
Lautsi, disse o archimandrita, “ficou incomodada pela presença de crucifixos nas salas-de-aula dos colégios italianos, porque constitui ‘uma violação do direito que os pais têm de educar os seus filhos segundo suas convicções’ e ‘uma violação da liberdade religiosa dos alunos’, e o tribunal de Estrasburgo, infelizmente, pronunciou-se a seu favor, mas para nós, que vivemos em países muçulmanos, é proibido que nos incomodemos ao ver o símbolo da lua ‘Al hilal’”, comentou ao Grupo ACI.
Cabe recordar que na Espanha também tentaram tirar as cruzes dos edifícios públicos durante o governo socialista de Rodríguez Zapatero.
Os direitos humanos são para todos
Em suas declarações, o reverendo recordou que os direitos humanos são inerentes a todas as pessoas, sem distinção de nacionalidade ou religião. Nesse sentido, perguntou “então por que nossos irmãos muçulmanos têm o direito de exigi-los nos países cristãos onde vivem e nós não temos o mesmo direito de exigi-los em seus próprios países? ”
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“Senhores, vocês querem seus direitos, respeitem os nossos. Vamos ser mais claros: Querem mesquitas em nossa terra? Está bem, vocês têm este direito, não o negamos, mas nós também queremos igrejas em sua terra, pois temos de igual forma o nosso direito”.
“Querem mesquitas em Atenas ou Roma? Queremos uma igreja na Meca. E somente deste modo podemos falar de direitos humanos”, assinalou.
O reverendo Rabbat perguntou: “Como teremos uma paz autêntica com nossos irmãos muçulmanos que agem dessa maneira fanática, violando diariamente os direitos humanos e liberdades públicas? Como concluir um pacto de paz internacional, sem ter primeiramente, contratantes iguais em direitos e obrigações? ”
“No Oriente Médio, não podemos viver sem nossos irmãos muçulmanos. Compartilhamos a mesma história, vivemos momentos de oração, quando o sino chama ao me´ezana, pois as igrejas são construídas perto das mesquitas. Eles são nossos conterrâneos e compatriotas”, afirmou.
O líder ortodoxo disse: “conhecemos o Islã moderado, o Islã do califa Omar Bnel Khattab, que protegeu a igreja da Ressurreição em Jerusalém. O Islã do imam Mhamad Mehdi Chamsdin, o Islã do muftí Abdel latif Daryan, do muftí Ahmad Bader Eddin Hassoun, o Islã de muftí Rawi Ain El Dín. Por isso, gostamos dos muçulmanos e sempre gostaremos deles”.
Na opinião do Archimandrita, o ISIS e outros grupos jihadistas não representam o Islã. “Mais que uma religião, o Islã do ISIS (Estado Islâmico) é uma simples ideologia baseada na mentira, em uma aberta perversão do Islamismo”, afirmou.
Finalmente, disse: “a estes fanáticos dizemos que, embora nos persigam, vamos continuar gostando deles e, como nosso Senhor perdoa os seus crucificadores por amor à humanidade, nós queremos seguir seus passos, elevando nossa oração ao céu exclamando: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’”.
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