MEXICO D.F., 22 de out de 2015 às 12:54
Um recente acontecimento surpreendeu vários visitantes do estado mexicano de Chiapas: a antiga igreja de Quechula, conhecida como Templo de Santiago, construída no século XVI, emergiu há alguns dias no meio do rio Grijalva, devido a falta chuvas que provocou a diminuição da vazão deste rio.
Esta igreja ficou submergida a 30 metros de água em 1966 devido à construção do Malpaso, localizada na torrente de água do rio Grijalva. Em 2002, apareceu pela primeira vez.
Esta é a segunda vez que a construção colonial surgiu. Isto aconteceu devido ao fenômeno ‘el niño’, o qual afetou a zona de Chiapas (sul do México) durante este ano. O impacto do ‘el niño’ provocou a diminuição das chuvas e desde maio o nível do rio reduziu.
A igreja de Quechula tem 61 metros de comprimento e 14 de largura. Seus muros têm dez metros de altura e o campanário mede cerca de 16 metros.
A 400-year-old church submerged in a reservoir in the Mexican state of Chiapas has emerged due to a drought. pic.twitter.com/bk00IMZ6dh
— sobore (@sobore) 19 outubro 2015
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Em um texto publicado na página da Associação Tikal, uma organização cultural sem fins lucrativos, o arquiteto Carlos Navarrete, que realizou um relatório acerca destas ruínas para as autoridades mexicanas, descreveu a igreja de Quechula como “uma agradável novidade, tanto como exemplo de edificação evangelizadora, como uma jóia da arquitetura religiosa mexicana”.
“Irmã mais nova da (igreja) de Tecpatán, é a mais sólida e elaborada de todas as construções religiosas levantadas às margens do Grijalva a partir de El Sumidero. Se Chiapas, como porto fluvial e terrestre, chamava a atenção dos viajantes por seu esplêndido templo do São Domingo, Quechula, ao lado do rio, contava com uma ‘casa de Deus’ digna de todo brilho”, expressou Navarrete.
A história do templo
Conforme narrou Navarrete, o templo foi construído em 1569 por um grupo de freis dominicanos, dirigidos por Bartolomé de las Casas. Esta ordem começou a evangelizar esta região desde 1545.
Carlos Navarrete disse à Associated Press: “Foi uma igreja construída pensando que aquele poderia ser um grande centro populacional, mas nunca chegou a sê-lo. Provavelmente não chegou a ter um pároco, somente recebia visitas de enviados desde o Tecpatán".
A igreja da Quechula dependia do convento da cidade Tecpatán, fundado em 1564. Inclusive o arquiteto considera que havia semelhanças entre ambas as construções e que tiveram o mesmo autor. Segundo as investigações históricas, provavelmente o arquiteto do templo foi o Pe. Alonso de Villalva.
Devido à peste que atingiu esta região de 1773 a 1776, a igreja e o povoado que a rodeavam foram abandonados.