Rio de Janeiro, 23 de out de 2015 às 15:39
Padre Douglas Bazi é um iraquiano que traz em si as marcas de um período em que foi vítima do Estado Islâmico (ISIS). Neste fim de semana, essa realidade estará mais próxima dos brasileiros, com a presença deste sacerdote no Rio de Janeiro (RJ), no evento Mártires de hoje.
A convite da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), ele irá partilhar suas experiências em dois momentos, no Rio de Janeiro. No sábado, 24, participará de oração e testemunho na Igreja de São José da Lagoa e, no domingo, 25, da Santa Missa no Cristo Redentor.
De acordo com a AIS, a visita tem como objetivo alertar os cristãos do Ocidente sobre a realidade da “Igreja de sangue”, maneira como o sacerdote se refere à parcela da Igreja existente naquela região. “Esta é uma Igreja de sangue. No meu país, se alguém fizer um buraco para procurar petróleo, vai descobrir sangue de cristãos”, disse o Padre ao site da Fundação.
Outro ato que marcará esta visita acontecerá na noite de domingo para segunda, quando a imagem do Cristo Redentor ficará iluminado de vermelho, como uma homenagem e sinal de comunhão com os cristãos perseguidos em todo mundo.
No Iraque, Padre Douglas Bazi sobreviveu a dois bombardeios, foi sequestrado e torturado por um grupo extremista. À AIS, ele revelou que durante os nove dias que permaneceu em cativeiro só sentia algum alívio pelas “Ave-Marias” que rezava, tendo como contas do terço as dez argolas de suas algemas. “Foi o mais belo rosário que já rezei em toda a minha vida”, relatou.
Atualmente, Pe. Douglas cuida de mais de 100 famílias no campo de refugiados em Erbil, norte do Iraque. Ele está em uma maratona de viagens para dar testemunho do drama vivido pelo seu povo. “O meu povo está morrendo, não por falta de comida, mas porque corre o risco de perder a esperança. Nós tememos que a nossa história não seja contada”, disse à Fundação Pontifícia.
A AIS, promotora do evento, beneficia mais de 60 milhões de pessoas todo ano através dos mais de 5 mil projetos em cerca de 140 países. Em Erbil, onde atua Padre Bazi, a Fundação construiu casas e escolas e ajuda a manter os refugiados para que tenham uma vida o mais próximo do normal. Esses são somente parte dos mais de 1900 projetos que somam cerca de R$140 milhões que a AIS tem mantido desde 2011 no Oriente Médio.
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