O Papa Francisco recordou esta manhã os cristãos perseguidos no Oriente Médio e pediu que “ninguém desanime neste momento” ao mesmo tempo que apelou à comunidade internacional a fim de que “saibam adotar todas as estratégias válidas para obter a paz”.

Ao receber no Vaticano os membros do Sínodo da Igreja Caldeia, que acontece entre os dias 24 e 29 deste mês, o Santo Padre falou acerca da dramática situação que se vive no Oriente Médio, sobretudo pelo terrorismo islâmico e também pediu aos prelados para que sejam verdadeiros pastores com os fiéis a imagem do Bom Pastor.

No começo do discurso, mandou uma afetuosa saudação “a todos os fiéis e a todos os habitantes das queridas terras da Síria e do Iraque, em um período de sofrimento e particularmente delicado, com o consolo e a solidariedade cristã”.

“Que a misericórdia de Deus, no iminente Ano Jubilar, possa curar as feridas da guerra que causam chagas no coração de sua comunidade, para que ninguém desencoraje neste momento em que os clamores da violência parecem superar as orações pela paz”.

“Atualmente, a situação em suas terras de origem está gravemente comprometida pelo ódio fanático do terrorismo que continua provocando uma forte hemorragia de fiéis que se afastam das terras de seus pais, da tradição na qual cresceram”.

Francisco disse que “este estado de coisas está certamente minando a vital presença cristã naquela terra que viu iniciar o caminho do patriarca Abraão, ressoar a voz dos Profetas que chamavam Israel à esperança durante o exílio, fundar as primeiras Igrejas sobre o sangue de tantos mártires, testemunhar a plenitude do Evangelho, fazer crescer as sociedades com sua própria contribuição, durante séculos de paz em convivência com nossos irmãos seguidores do Islã”. 

Entretanto, “infelizmente, nossos tempos estão marcados por inúmeros exemplos de perseguição, até o martírio”, disse em alusão a situação que estão vivendo os cristãos do Oriente Médio.

O Papa recordou que a Igreja Caldeia sofre por esta situação e está atenta às necessidades dos fiéis que foram obrigados a fugir de seus países.

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Diante desta situação, o Papa confirma “todo o apoio e a solidariedade da Sé Apostólica a favor do bem comum de toda a Igreja Caldeia”.

 “Rezo para que os cristãos não sejam obrigados a abandonar o Iraque e o Oriente Médio”. À comunidade internacional, o Santo Padre renovou o apelo para que “saiba adotar todas as estratégias válidas a fim de promover a paz em países devastados pelo ódio, para levar a coragem vital do Amor aos lugares que sempre foram encruzilhadas dos povos, culturas e nações”.

“Para que a tão ansiada paz possa surgir no horizonte da história e assim os dramas trágicos infligidos pela violência deixem lugar a um clima de convivência recíproca”.

Em seguida, o Pontífice convidou-lhes a “seguir a exortação do Apóstolo Paulo” e ter “os mesmos sentimentos de Cristo, trabalhando com misericórdia, na humildade, na paciência e na acolhida recíproca que gera comunhão”.

Quanto ao Sínodo da Igreja Caldeia, o Papa faz votos de que “seja vivido com sentido de responsabilidade, de participação e de serviço, tendo sempre presente a imagem do Bom Pastor, que tem no coração a salvação das suas ovelhas e, de modo particular, toma cuidado da ovelha perdida”.

Francisco exortou-lhes para que comportem assim “sabendo que o exercício da comunhão, às vezes, requer uma verdadeira e própria kenosis, um ‘abaixamento’ e um despojar-se de si mesmo”.

Ao finalizar, pediu-lhes prestarem atenção aos leigos, assim como aos consagrados e sacerdotes “a fim de que sejam benévolos e compreensivos com suas necessidades” e despediu-se deles exortando-lhes a terem um “espírito missionário”.