SÃO PAULO, 3 de nov de 2015 às 18:00
Dois grupos e duas ações completamente opostas. Na sexta-feira, 30, ativistas pró-aborto picharam a Catedral da Sé, em São Paulo. No domingo, 1º, jovens de diferentes Paróquias se uniram em gesto de solidariedade para limpar o templo.
A pichação na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo aconteceu na noite do dia 30, após uma manifestação realizada no centro da capital paulista contra projeto de lei 5.069/2013 que, entre outras medidas, dificulta o chamado aborto legal e restringe a venda de medicamentos abortivos no país.
As manifestações contra o projeto de autoria do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tiveram início na Avenida Paulista e seguiram até a Praça da Sé. No sábado, a Catedral amanheceu com inscrições em suas paredes e portas atacando a Igreja Católica. Algumas frases diziam: “Se o Papa fosse mulher, o aborto seria legal” ou “Tire seus rosários dos meus ovários”.
O caso foi registrado no 8º Distrito Policial de São Paulo, mas ainda não foram identificados os responsáveis.
Diante do ocorrido, o Cura da Catedral Metropolitana, Padre Luiz Eduardo Baronto, e o auxiliar, Padre Helmo César Faccioli, divulgaram uma nota de repúdio ao ato, ressaltando que “a liberdade de expressão, reivindicada historicamente pela Igreja católica em nosso país, não justifica ato de vandalismo”.
“A liberdade não é sinônimo de provocação destrutiva de nenhum patrimônio arquitetônico-artístico de qualquer instituição”, afirmam.
Os padres sublinham ainda que “a Catedral Metropolitana de São Paulo constitui monumento arquitetônico-artístico de referência para a cidade de São Paulo. Está localizada diante do marco zero da cidade. É edifício religioso que simboliza a fé cristã professada pela Igreja Católica Apostólica Romana. É também casa para todos”.
“Diariamente entram na catedral centenas de pessoas de culturas e credos variados que são acolhidas fraternalmente. Por isso, lamentamos e repudiamos a pichação ocorrida na noite de 30 de outubro último, ao término de manifestação em repúdio ao PL 5069/2013”, escrevem.
A nota expressa também o desejo de “que atos como esse não venham a se repetir para que sejam preservados não só o direito de expressão, mas também o respeito ao patrimônio da população”.
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No final da celebração da Solenidade de Todos os Santos, neste domingo (1/11), Dom Odilo comentou os atos de vandalismo...
Posted by Dom Odilo Pedro Scherer on domingo, 1 de noviembre de 2015
O ocorrido levou à mobilização de jovens católicos de diferentes Paróquias da Arquidiocese que, pelas redes sociais, combinaram de limpar a Catedral no domingo, 1º, Solenidade de Todos os Santos. E assim aconteceu. De luvas nas mãos, com esponjas, escovas e sabão e grupo se esforçou para remover as frases pró-aborto do templo.
Como a tinta se infiltrou nas paredes, os voluntários não conseguiram remover completamente as pichações, mas borraram as mensagens de ataques ao Papa e aos valores cristãos. Segundo a Arquidiocese, uma empresa especializada fará a limpeza completa.
Após a Missa da Solenidade de Todos os Santos, no domingo, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, foi conversar com os jovens que limpavam a Igreja e os agradeceu pela disponibilidade.
Ao fim da Celebração, Dom Odilo também comentou sobre os atos de vandalismo contra a Catedral. Ele afirmou que a Igreja é contra tudo que agride a dignidade da mulher, mas ressaltou que quem luta pelo respeito à mulher deve lutar também pela dignidade da vida não nascida.
O Arcebispo lamentou as pichações e ressaltou que a Igreja seguirá proclamando com firmeza e serenidade a Palavra de Deus. O Cardeal encorajou os fiéis a seguirem firmes na fé mesmo diante das tribulações.
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