Roma, 3 de nov de 2015 às 15:30
No domingo, 25 de outubro, cerca de 400 fiéis participavam da Missa na Paróquia São Francisco, em Alepo (Síria), quando uma bomba caiu sobre o teto da Igreja deixando somente seis pessoas levemente feridas. “Como disse a minha congregação, foi o manto da Virgem que nos protegeu” e evitou uma tragédia, afirmou Pe. Ibrahim Alsabagh, da Custódia Franciscana de Terra Santa, que presidia a Eucaristia.
Em informação difundida por Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o sacerdote disse que o míssil provavelmente foi lançado da região antiga de Alepo, controlada por grupos jihadistas rebeldes. “Se a bomba tivesse explodido sobre a cúpula, poderia ter acontecido uma tragédia. Inclusive se somente o candelabro tivesse caído, poderia ter matado cerca de dez pessoas. Como disse a minha congregação, foi o manto da Virgem que nos protegeu”, afirmou.
O atentado ocorreu às 17h. Pe. Alsabagh decidiu continuar celebrando a Eucaristia no jardim da Igreja, logo após os fiéis recuperaram a calma. “Alguns ficaram admirados pela minha reação. Mas é no Senhor que encontramos nossa fortaleza, em união com Ele através da oração. A força para seguir adiante e inclusive com uma maior energia, agora que precisamos reformar a nossa Igreja”, indicou.
Em seguida, Pe. Alsabagh disse à AIS que o ataque está ligado ao ódio anticristão, tendo em conta ataques anteriores contra este templo. “Existem muitos que querem eliminar todos sinais de reconciliação e abertura que forem possíveis”, assinalou.
“Desejamos que termine este caos e que logo sejamos capazes de falar destes fatos como algo do passado. E sem temor de que os ataques aconteçam em qualquer momento”, expressou.
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Nas últimas semanas, os bombardeios em Alepo e outras cidades sírias foram intensificados desde que aviões de combate russos iniciaram sua participação na guerra civil que ocorre no país há mais de quatro anos.
O comando militar russo assegura que seu objetivo são os grupos rebeldes que lutam contra o regime de Bashar al Assad, incluindo o Estado Islâmico.
Entretanto, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos denunciou no dia 31 de outubro que os bombardeios russos causaram a morte de aproximadamente 600 pessoas desde o início da sua incursão em 30 de setembro. Entre os mortos, 410 seriam jihadistas e 185 civis.
No caso de Alepo, a ONG assinalou que os bombardeios lançados em 31 de outubro mataram cerca de 64 pessoas, entre elas 28 crianças.