Vaticano, 10 de nov de 2015 às 11:29
O Papa Francisco está em Florença por razão do V Congresso Nacional da Igreja que acontece durante esta semana na Itália. Primeiramente visitou a cidade vizinha de Prato, localizada a poucos quilômetros de Florença, onde advertiu que “a vida de cada comunidade exige que se combatam até o fim o ‘câncer’ da corrupção e o veneno da ilegalidade".
Prato conta com uma das indústrias têxteis mais importantes do país e, ao chegar a esta cidade, Francisco saudou milhares de fiéis que o esperavam na praça da Catedral e que o escutaram falar acerca da dignidade do trabalho e da necessidade de acolher a todos.
O Pontífice expressou: “Venho como peregrino a esta cidade cheia de história e beleza, que durante muitos séculos foi conhecida como a ‘cidade de Maria’. São bem-aventurados porque estão em boas mãos!”, acrescentou dizendo que “também são privilegiados porque custodiam a relíquia do ‘Santo Cinto’ da Virgem, o qual acabo de venerar”.
Recordou as palavras de São Paulo, que convida os fiéis a vestirem uma couraça ‘particular’, a de Deus, que combate os espíritos do mal e cinge com a verdade. “Não se pode fundar nada de bom sobre as tramas da mentira e da falta de transparência. Procurar e optar sempre pela verdade não é fácil; é uma decisão vital que marca profundamente a existência de cada um e da sociedade, para que seja mais justa e honesta”.
Neste sentido, “a sacralidade de todo ser humano requer, para cada um, respeito, acolhida e um trabalho digno”. “A vida de toda comunidade exige que se combatam, até o fim, o ‘câncer’ da corrupção e o veneno da ilegalidade”, denunciou.
Por isso, continuou, “não nos cansemos de lutar pela verdade!”. Aos jovens, convidou-os “a não cederem nunca ao pessimismo e à acomodação”.
Francisco ofereceu alguns pensamentos relacionados à Escritura. O primeiro foi sobre o “caminho de salvação empreendido pelo povo de Israel, da escravidão do Egito à terra prometida”.
O Papa explicou: “Antes de libertá-lo, o Senhor pediu para celebrar a ceia pascal e comê-la ‘com os rins cingidos’: cerrar as vestes significa estar prontos, preparar-se para partir, para colocar-se em caminho”.
“É este o convite do Senhor ainda hoje, mais do que nunca: a não ficarmos fechados na indiferença, mas a nos abrirmos, a sentirmo-nos chamados para deixar nossas coisas e ir até o outro, a compartilhar a alegria de encontrar o Senhor e a fadiga de caminhar na sua estrada”, recordou o Santo Padre.
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Em seguida, o Papa encorajou os presentes a arriscarem, a aproximarem-se dos homens e mulheres de nosso tempo, a tomar a iniciativa e envolverem-se, sem medo, pois não existe fé sem riscos.
O Santo Padre advertiu a respeito do “risco de sofrer o turbilhão dos acontecimentos, perdendo a coragem de procurar o caminho”.
“Preferimos, então, refugiar-nos em qualquer porto seguro e renunciamos a levar a sério a Palavra de Jesus”, mas “Jesus, que quer chegar àqueles que não o amam, nos anima”.
“Deseja que nasça em nós uma renovada paixão missionária e nos confia uma grande responsabilidade. Pede à Igreja, sua esposa, caminhar pelos caminhos acidentados de hoje, acompanhando àqueles que perderam a vida, semeando a esperança e acolhendo àqueles que não esperam nada da vida”.
O Santo Padre recordou que “Cristo nos serviu, se tornou nosso próximo, para servir todos aqueles que estão perto de nós”.
“Para um discípulo de Jesus nenhum próximo pode estar afastado” porque “existem pessoas afastadas que estão muito distantes, mas próximas de alcançar”.
O Papa lhes agradeceu por tudo aquilo que fazem a fim de acolher e dar trabalho às pessoas. “Não desanimem ante as dificuldades”, disse-lhes. “Sejam sempre animados pelo desejo de estabelecer vários ‘pontos de proximidade’”.
Antes de despedir-se o Papa Francisco deixou um conselho: “Quem se sente cansado e oprimido pelas circunstâncias da vida, confie em nossa Mãe que está perto de nós e nos consola”.