WASHINGTON DC, 11 de nov de 2015 às 15:38
O reality de concursos de cozinha “Chopped” (Picado), transmitido por Food Network, premiou na última segunda-feira, 9, a Irmã Alicia Torres, uma religiosa de 30 anos, membro das Franciscanas da Eucaristia, de Chicago (Estados Unidos).
Neste dia, os participantes do concurso eram pessoas que realizavam algum voluntariado social. Para ganhar, precisavam preparar uma guarnição, utilizando restos dos ingredientes que se utilizam para o jantar do Dia de Ação de Graças (como peru e feijão), assim como um prato principal e uma sobremesa.
Irmã Alicia transformou os restos de comidas em queijadinhas ao estilo mexicano. Também fez um prato do estilo mediterrâneo com peru ao curry, uns croquetes e um molho de queijo de cabra com feijão verde.
A religiosa ganhou um prêmio de mais de dez mil dólares, o qual será doado ao refeitório da missão Nossa Senhora dos Anjos, onde sua congregação atende aos necessitados e onde é encarregada da cozinha.
“O Senhor me deu este talento. Acho que a cozinha é o lugar no qual tenho a oportunidade de expressar toda a minha criatividade”, disse Alicia Torres aos jurados.
A religiosa decidiu ingressar em “Chopped” logo depois de escutar que no programa estavam convocando as religiosas. Para ingressar no programa, passou por uma entrevista e foi escolhida para competir no episódio de Ação de Graças, junto a outras três pessoas.
A respeito da sua motivação para participar, a religiosa disse ao Grupo ACI que “queria fazê-lo por Jesus: ser testemunha de quão plena pode ser a vida dedicada a Deus. Também queria representar os que estão entre nós (da congregação), os mais pobres, pois eles são muito amados por Jesus”.
“Esta não é apenas uma oportunidade para ser um artista, porque o mais importante é mostrar uma profunda gratidão a Deus e aos nossos benfeitores pela sua generosidade, a qual sustenta nossa vida e nosso trabalho”.
A criatividade surgiu na caridade
Irmã Alicia Torres é uma das fundadoras da sua congregação, a qual tem uma devoção especial ao Santíssimo Sacramento e tem um apostolado dedicado à evangelização e ao serviço dos pobres.
“Nossa vocação religiosa consiste em ter uma vida de oração, de testemunho e de serviço. Minha participação no ‘Chopped’ me dá uma oportunidade para compartilhar esta mensagem com o mundo”.
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Foi durante seu trabalho no refeitório de beneficência onde a religiosa desenvolveu suas capacidades culinárias, pois tinha que inventar cardápios com os alimentos que recebia de doação.
“Nós nunca soubemos exatamente que tipo de comida receberíamos, sendo assim precisávamos ser flexíveis e criativos. Realmente tive que ampliar meus horizontes a fim de preparar comidas saudáveis e deliciosas”, disse.
Em seguida, a Irmã Alicia comentou ao Grupo ACI que gosta da comida mexicana e que sempre busca uma maneira de preparar pratos elegantes e de experimentar diferentes sabores.
“Recentemente, fiz tacos de peixe com batata doce. Algumas vezes, quando estou cozinhando, os que estão comigo duvidam um pouco das misturas que faço... mas nove de cada dez viram um êxito culinário!”, comentou.
Ainda adolescente e antes de entrar para o convento, a religiosa já fazia pães e bolos em sua cozinha. Além disso, seus pais sempre lhe ensinaram a importância de compartilhar a comida em família.
“Temos o objetivo de saciar não só a fome material, mas também a fome espiritual. Começamos qualquer comida com um serviço de oração, com uma Liturgia da Palavra, pois a maioria de nossos vizinhos não são católicos, mas batistas. O fato de colocar a Palavra de Deus no centro nos ajuda a permanecermos unidos”.
Depois da oração, as irmãs e os voluntários partilham a comida com seus hóspedes. A religiosa contou que vários ficam no local até duas horas. “É impressionante ver como o Senhor une os irmãos e irmãs em Cristo para compartilhar a comida, a fé e um momento de diversão”, manifestou.
“Em nossa vida, nos esforçamos por compartilhar o amor e a alegria com todos o que nos encontram. Acredito que muitas pessoas se sentem atraídas pela alegria que as irmãs transmitem e isso faz com que se perguntem se a alegria também é possível para eles”, concluiu a religiosa.
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— ACI Digital (@acidigital) 3 setembro 2015