Vaticano, 16 de nov de 2015 às 16:01
O porta-voz e diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, assinalou que nestes dias de violência terrorista e apesar de Roma ter sido ameaçada em várias ocasiões pelos terroristas, “não é tempo de renunciar ao Jubileu ou de ter medo de sua realização. Precisamos dele mais do que nunca”.
Em declarações à Rádio Vaticano, o sacerdote afirmou que no próximo Ano da Misericórdia que começará no dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, e terminará em 20 de novembro de 2016, Solenidade de Cristo Rei do Universo, “devemos vivê-lo com sabedoria, mas também com coragem e com impulso espiritual, continuando a olhar adiante com esperança, apesar dos ataques do ódio”.
Por isso, “diria que o Jubileu da Misericórdia se manifesta ainda mais necessário. Uma mensagem de misericórdia, ou seja, do amor de Deus que tem como consequência também o amor recíproco e a reconciliação. É exatamente a resposta que é preciso dar em tempos de tentação de desconfiança”, afirma o Pe. Lombardi.
“Nestes dias tristes pelo eclodir de uma violência homicida, louca e horrível, muitos se perguntam como reagir. Alguns já questionam sobre como viver a expectativa do Jubileu. Atenção! Estes homicidas possuídos por um ódio insensato se chamam terroristas propriamente porque querem difundir o terror”, acrescentou.
“Se nós nos deixarmos amedrontar, já alcançaram seu primeiro objetivo. É uma razão a mais para resistir com decisão e com coragem à tentação do medo”, observa o porta-voz Vaticano.
“Naturalmente, é preciso ser prudentes e não irresponsáveis, tomar racionalmente as precauções cabíveis. Mas temos que continuar construindo paz e confiança recíproca”.
Em seguida, o sacerdote jesuíta recordou que “João Paulo II dizia que a mensagem da misericórdia foi a grande resposta de Deus e dos fiéis no tempo obscuro e horrível da II Guerra Mundial, dos massacres perpetrados pelos totalitarismos, pela difusão do ódio entre os povos e as pessoas”.
“Também hoje, quando o Papa Francisco fala acerca de uma terceira guerra mundial em capítulos, é necessário a mensagem da misericórdia para tornar-nos capazes de reconciliação, de construir pontes, apesar de tudo, de ter a coragem do amor”.
“O Papa Francisco nos guia e nos convida a ter confiança no Espírito do Senhor que nos acompanha”.
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Por sua vez, Pe. Federico Lombardi, ao comentar os atentados terroristas ocorridos em Paris, afirmou que o ódio “é absurdo”. “O ódio homicida é algo que não tem explicação, é a negação da racionalidade, da humanidade”.
Durante uma breve coletiva de imprensa, o porta-voz vaticano assinalou: “Estes fatos poderiam ser a consequência de profundas feridas, de uma visão completamente equivocada da realidade e da relação com as pessoas”, mas “não há uma explicação racional do ódio e do homicídio. É a negação da humanidade”.
Em sua opinião, os ataques realizados em Paris não devem ser considerados um ataque ao catolicismo, mas “um ataque à humanidade em geral, Paris é uma cidade moderna, que não é por definição católica, mas uma das grandes cidades seculares do mundo atual. Portanto, é um ataque à humanidade, à convivência entre os homens e à paz de toda a comunidade humana”.
Perguntado se serão realizadas as medidas de segurança no Vaticano, Pe. Lombardi afirmou que este é um tema do qual não pode falar, pois deverá deixá-lo às autoridades competentes.
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