LONDRES, 24 de nov de 2015 às 10:30
Um anúncio com a oração Pai Nosso (Lord's Prayer), produzido pela igreja anglicana, foi proibido pela maioria dos cinemas do Reino Unido com alegação de que “poderia ofender” pessoas com um pensamento distinto.
O vídeo, que dura aproximadamente um minuto, seria apresentado minutos antes da estreia do novo filme Star Wars: Episódio VII - O despertar da força. Faz parte da campanha “Just Pray” (“Somente reza”), que tem como lema “a oração é para todos”.
Apesar de ter sido aprovado pela Autoridade de Publicidade do Cinema e a Junta Britânica para Classificação de Cinema, a agência Digital Cinema Medeia (DCM) – a qual organiza a publicidade de 80 por cento de salas de cinema do país – se recusou a difundir o vídeo da igreja anglicana porque “corre o risco ofender o público”.
A medida causou profunda indignação na opinião pública britânica, até que o famoso cientista ateu Richard Dawkins assinalou ao jornal ‘The Guardian’: “Me oponho fortemente a suprimir os anúncios com o argumento de que poderiam ‘ofender’ as pessoas”.
“Se alguém se ‘ofender’ por algo tão banal como uma oração, merece ser ofendido”, assegurou.
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A imprensa britânica reportou ainda que o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, acha que a proibição do vídeo Pai Nosso é “ridícula”.
Através de sua conta no Twitter, o prefeito de Londres, Brian Johnson, qualificou a proibição da oração do Pai Nosso como “revoltante”.
Johnson assinalou que “esta é uma oração que existe há mais de dois mil anos e informa (sic) toda nossa cultura. Esperaria que todos os cinemas voltassem atrás na sua decisão”.
A igreja anglicana se manifestou “desconcertada” devido a proibição dos cinemas e advertiu em um comunicado que “a decisão ‘simplesmente boba’ (dos cinemas) poderia ter um ‘efeito revoltante’ na liberdade de expressão”.