Roma, 27 de nov de 2015 às 17:00
Em uma entrevista publicada na página do Patriarcado Latino de Jerusalém, o Pe. Marcelo Cano, membro do Instituto do Verbo Encarnado que vive na Casa Provincial da Congregação na Argentina, descreveu a precária situação dos cristãos que decidiram ficar na cidade de Aleppo (ao norte da Síria).
Depois de realizar uma visita a dois sacerdotes e três religiosas da sua congregação neste local, o presbítero explicou que existem graves problemas como: a fata de água, bairros inteiros que se transformaram em escombros, somente há eletricidade durante 2 horas por dia e, o pior é que estão entre os rebeldes e o exército do presidente Bashar Al Assad. Além disso, ainda sofrem com os ataques realizados pelo Estado Islâmico.
“As condições de vida são, evidentemente, muito difíceis. As famílias vivem com suas reservas de água”. Não há energia elétrica mas mesmo diante destas dificuldades “as lojas e os mercados também estão abertos; o transporte público está funcionando”. “A vida continua”, contou o sacerdote.
A respeito da situação dos cristãos, o Pe. Marcelo indicou que muitos estão sofrendo e estão tentados a emigrar. Embora não há estatísticas oficiais, estima-se que aproximadamente 60 por cento dos cristãos fugiram de Aleppo.
Em relação aos católicos que ficaram na cidade, disse que “continuam vivendo com um incrível espírito de fé e esperança”.
O presbítero explicou que enfrentam um dilema e um perigo iminente: muitos temem o Estado Islâmico e por isso consideram fugir, mas outros decidiram permanecer “haja o que houver”. Segundo Pe. Cano, várias pessoas lhe disseram: “A Síria é minha vida, minha pátria, não quero ir embora daqui”.
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Em seguida, o sacerdote manifestou que para ele “esta experiência deve ser vivida como um tempo de purificação espiritual para nossos irmãos cristãos de Síria”.
Nesse sentido, o Pe. Marcelo assinalou que levou aos cristãos de Aleppo “uma mensagem de proximidade e solidariedade”.
“Ficaram emocionados escutando o Papa Francisco e os cristãos do mundo inteiro rezando por eles. Admiram também a presença dos missionários entre eles; missionários que decidiram vir à Síria para permanecer, apesar da guerra. Finalmente eles, cristãos e missionários, são quem nos transmitem uma mensagem de maturidade, paciência, fé e de esperança”, comentou.
Segundo as últimas estatísticas, durante os últimos quatro anos o conflito na Síria deixou aproximadamente 240 mil mortos, dos quais 12 mil são crianças.
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