BUENOS AIRES, 2 de mai de 2005 às 14:33
Um dos ourives mais reconhecidos do mundo, o argentino Juan Carlos Pallarols, trabalha na confecção de seu projeto mais “ecumênico”: Um cálice repleto de detalhes simbólicos que constitui sua maior homenagem pessoal ao Papa Bento XVI.
Pallarols, quem se confessa um artista “católico muito religioso”, pegou o cinzel e pretende encerrar nesta obra de arte o carinho e respeito que os argentinos sentem pelo novo Papa.
Sua intenção é que pessoas de distintas religiões, entre judeus, muçulmanos e católicos, participem da obra com cinceladas a seu ainda incipiente trabalho.
”Eu queria que o cálice tivesse um sentido ecumênico, já que o Papa pediu a unidade das religiões. Espontaneamente se aproximaram muitas pessoas a dar seu golpe ao trabalho, inclusive judeus e muçulmanos”, assinalou o artista em declarações à agência EFE.
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A peça é um cálice de prata, de estilo colonial, com o escudo argentino e desenhos de trigo e uvas, que “representam os frutos da terra argentina e também o Corpo e o Sangue de Cristo”.
Além disso, está acompanhado de uma patena ou pratinho que tem a chamada Cruz do Sul lavrada, com inscrições das quatro advocações da Virgem María representativas da fé do povo argentino: Nossa Senhora do Nahuel Huapi (sul argentino), Nossa Senhora do Itatí (nordeste), a Virgem do Vale (noroeste) e a Virgem de Luján, Padroeira do país.
Espera-se que o presente esteja preparado pouco antes de 29 de junho, festa de São Pedro e São Paulo, e chegue às mãos do Santo Padre como um “presente dos argentinos”.
Pallarols assegura que está inspirado na primeira homilia do Bento XVI e no chamado que fez à unidade das religiões, assim como na carta apostólica do João Paulo II aos artistas, em que o defunto Pontífice chamou à unidade e ao respeito pelos símbolos cristãos e litúrgicos.