O Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, afirmou que “na República Centro-Africana quem protegeu o Santo Padre foi um ‘cordão’ de gente paupérrima, que corria continuamente ao redor do carro papal e nunca o deixou só, defendendo-o, assim, de qualquer possível perigo”.

Foi o que indicou o Cardeal, depois da visita papal ao Quênia, a Uganda e à República Centro-Africana que aconteceu entre os dias 25 e 30 de novembro. O Cardeal fez estas afirmações ante a assembleia plenária da congregação que preside, reunida em Roma.

Segundo assinala a agência vaticana Fides, o Cardeal italiano disse em um discurso: “Com relação à segurança, falo a partir da minha experiência: é verdade que havia os capacetes-azuis, as gendarmarias locais, as forças de segurança. Mas quem realmente protegeu a viagem do Papa, e não teria permitido que nenhum perigo se tornasse real, foi o entusiasmo e o afeto do povo que circundou o Papa desde o momento da aterrissagem até o da partida”.

O Cardeal Filoni destacou em especial os dias transcorridos na República Centro-Africana: “Aterrissamos no aeroporto, mas antes de aterrissar já víamos a destruição das casas incendiadas ao redor da periferia de Bangui”.

“Dezenas de milhares de refugiados corriam pela pista, porque todo o aeroporto é circundado por campos de refugiados, e somente os Capacetes Azuis garantiam que a pista ficasse livre”, contou.

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“Todos diziam que a República Centro-Africana era uma etapa difícil e a desaconselhavam”, frisou o Cardeal Filoni, mas “a determinação do Papa prevaleceu sobre tantas preocupações humanas e políticas”.

Para o cardeal, um gesto “profeticamente importante, inclusive do ponto de vista eclesiológico, foi a abertura da Porta Santa em Bangui, em um país ainda abalado pelas violências inauditas, no coração de um Continente que sofre por causa de tantas guerras, guerrilhas, corrupções e roubarias, mas que é também jovem de fé e de entusiasmo”.

Depois de recordar que com a abertura da Porta Santa Bangui “se transformou por um dia na capital espiritual do mundo”, o Cardeal indicou que a viagem foi cansativa, mas muito exortativa.

“O Papa repete sempre que a oração dos pobres é a que mais o sustenta em seu ministério. E na África também dizia: rezem por mim, para que eu seja um bom padre e um bom bispo e, assim, possa cumprir o meu ministério pastoral, como quer o Senhor”, conclui o Cardeal Filoni.