ROMA, 2 de dez de 2015 às 13:10
“Neste dia nos condenaram”, assegurou ao jornal italiano Avvenire, Ashiq Masih, o esposo de Asia Bibi, referindo-se à data na qual ela foi acusada falsamente de blasfêmia contra o Islã no Paquistão.
Em 2009, Asia Bibi trabalhava recolhendo frutas com outras mulheres muçulmanas. Em certa ocasião, aproximou-se de um poço local para beber um pouco d´água, suas companheiras a acusaram de ter poluído a água inteira para o resto de trabalhadores, apenas pelo fato de ser cristã. No ano seguinte, foi condenada à morte, acusada de blasfêmia.
Enquanto Asia foi presa, seu esposo e seus filhos foram obrigados a fugir de sua aldeia em Punjab (Paquistão), pois a família foi considerada blasfema e se mudaram para a cidade de Lahore.
Logo depois que o Tribunal Supremo do Paquistão aceitou recentemente a apelação contra a sentença de morte para Asia Bibi, a tensão entre os extremistas muçulmanos aumentou até o ponto de publicarem uma foto de Ashiq a fim de evitar que consiga um emprego.
Atualmente Ashiq Masih mora junto com suas três filhas em uma escola da Fundação Educação Renascentista de Lahore. Seus outros dois filhos homens estão escondidos em um lugar protegido.
Ashiq assegurou ainda que “é perigoso sair sozinho ao anoitecer, pois há poucas pessoas na rua” e evita “falar com pessoas desconhecidas” e ter amigos. Faço isso “especialmente pelas meninas, que estão comigo”.
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Suas filhas, lamentou, “são jovens, sofrem com tanta solidão. Não podemos, entretanto, reclamar, pois Asia está em condições muito piores do que nós: está presa em uma cela a mais de cinco anos. Devemos ser fortes por ela”.
Por sua parte, o advogado de Asia Bibi, Khalil Tahrir, é otimista sobre sua possível libertação e assegurou que não existem provas da acusação de blasfêmia pela qual foi condenada.
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