10 de dez de 2015 às 12:25
A comunidade cristã na Terra Santa começou os preparativos para festejar o nascimento de Jesus, com a cerimônia na qual as luzes da árvore de Natal em Belém são acesas, quando também recordaram as vítimas dos últimos enfrentamentos entre israelenses e palestinos.
A cerimônia aconteceu no último sábado, na Praça do Presépio, em frente a Igreja do Natal. Cerca de quatro mil pessoas participaram desta cerimônia, entre elas a prefeita cristã Vera Baboun, que pronunciou um emotivo discurso ao recordar os 133 falecidos – 114 palestinos e 19 israelenses – nos ataques e enfrentamentos iniciados no mês de outubro.
“Embora celebremos no Natal a vida, a alegria e a esperança, também devemos festejá-lo com um espírito de compaixão com aqueles que sofrem e respeito aos falecidos”, afirmou.
“A situação é crítica, mas devemos continuar gritando mais forte nossa mensagem de paz, a mensagem de um povo que, entretanto, não conhece a paz”, acrescentou.
Segundo informou o Patriarcado Latino de Jerusalém na última quarta-feira, Sua Beatitude Fouad Twal presidirá a tradicional procissão do dia 24 de dezembro: sairá da cidade, passará pelo Monastério do Mar Elias, logo cruzará o muro da separação e finalmente chegará a Belém.
“É bom ver que ainda continuem estas tradições, apesar da situação”, indicou o reitor do Seminário de Beit Jala, Pe. Jamal Khader, e afirmou: “Apesar do muro, estas duas cidades, do nascimento de Cristo e da sua morte e ressurreição, são inseparáveis”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Em relação à presença da comunidade cristã na Terra Santa, o sacerdote assinalou que mais de que o número de fiéis que a conformam, “a pergunta deveria ser: que tipo de presença deveríamos ter? Que testemunho deveríamos dar?”.
Em suas declarações, difundidas pelo Patriarcado Latino, Pe. Khader expressou sua preocupação em ralação ao aumento do extremismo judeu, personalizado pelo grupo Lehava, o qual realizou ataques e atos de vandalismo contra cristãos e inclusive lugares de culto muçulmanos.
“Estes ataques nos incomodam muito e o pior é a impunidade de seus membros. Estes criminosos são conhecidos pelas autoridades, mas não são motivo de seguimento. Que estado de direito existe em Israel e sobretudo para quem? Estes grupos ameaçam a convivência entre as religiões, por isso, o Estado de Israel deveria fazer algo e proteger especialmente os seus cidadãos”, denunciou.
No último dia 29 de novembro, ocorreu uma manifestação de um grupo de membros do Lehava frente à YMCA de Jerusalém contra a celebração de bazares natalinos, denunciando a “matança de judeus” e pressionando os cristãos a fim de que abandonem a Terra Santa.