MADRI, 15 de dez de 2015 às 13:10
O famoso exorcista José Antonio Fortea aborda em seu novo livro, “As trevas no exorcismo”, a possibilidade de que mesmo uma possessão demoníaca venha a ser “instrumentum sanctificationis” (“instrumento de santificação”) para a pessoa e para a Igreja.
O Pe. Fortea assinalou que, apesar de que coloquem “todos os meios humanamente possíveis para a resolução de um caso”, mesmo assim “um exorcismo indefinido não dá nenhum sinal de aproximar-se do seu final, então devemos saber que Deus pode permitir que uma pessoa leve sobre si este sofrimento como expiação por seus próprios pecados e para benefício do resto da Igreja”.
“A única resposta ao por que Deus permite tal coisa é a própria purificação e a santificação”, escreveu.
O sacerdote espanhol destacou: “Se Deus permite a cruz de uma doença crônica do corpo (como, por exemplo, a diabetes ou a necessidade da hemodiálise a cada dois dias), que razão encontraremos para que não pudesse permitir este outro tipo de carga sobre a pessoa, a cruz da ação extraordinária do demônio?”.
“Certamente, os episódios nos quais os demônios atacam fisicamente os servos de Deus, podemos ver na vida de vários Santos, desde a antiquíssima vida de Santo Antonio Abade até a recente e bem documentada vida do Padre Pio de Pietrelcina”, assinalou.
O Pe. Fortea recordou também que “na vida da Santa Catarina de Sena, a ação maligna dos demônios sobre uma cidade é impedida pela oração e penitência da Santa, mas em consequência Deus permite que os demônios atormentassem o corpo de Santa Catarina”.
Assim como existem casos de “ataques físicos demoníacos providos de um sentido intercessor pro bonu Ecclesiae (para o bem da Igreja)”, indicou, também aconteceram casos de “autêntica posse demoníaca” em alguns Santos.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O famoso exorcista citou em seu livro trechos de ‘História de uma alma’ de Santa Teresa de Lisieux, no qual a Santa recordou uma doença que “provinha, certamente, do demônio”, pois “dizia e fazia coisas que não pensava. Parecia estar em um permanente delírio, dizendo palavras que não tinham sentido e, entretanto, estou segura de que não perdi nem por um instante o uso da razão”.
Em seguida, o sacerdote espanhol assinalou: “Este tipo de caso leva a conclusão de que o mistério da possessão excede em sua complexidade, aos esquemas simplistas que a consideram completamente explicada, como consequência de um pecado produzido pelo esoterismo”.
“O sentido teológico da possessão é muito maior e suas ramificações mais misteriosas”, advertiu.
O Pe. Fortea sublinhou: “Do mesmo modo que nem em todas as pessoas a possessão começa pelo pecado, nem a remoção dos pecados graves assegura que uma possessão acabe”, concluiu.
Para descarregar gratuitamente o livro ‘A treva no exorcismo’, em espanhol, assim como outros textos do Pe. José Antonio Fortea, clique aqui: https://www.aciprensa.com/fortea/