BOGOTÁ, 17 de dez de 2015 às 13:54
As autoridades colombianas apresentam graves inconsistências e incoerências ao perseguir “o Enfermeiro”, homem acusado de praticar abortos forçados às mulheres das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), denunciou um líder pró-vida, pois ao mesmo tempo que perseguem o suposto criminoso abrem também as portas ao aborto no país.
España deja libre a 'El enfermero' de las FARC, acusado de 500 abortos forzados https://t.co/6VXNg3WooV pic.twitter.com/5nbf9DhdDa
— Noticias Caracol (@NoticiasCaracol) 14 dezembro 2015
O processo legal contra o abortista das FARC contrasta infelizmente com as medidas do Tribunal Constitucional e a própria Fiscalização Geral da Colômbia, as quais cada vez mais abrem as portas ao aborto, lamentou Jesús Magaña, membro da plataforma Unidos pela Vida. “Estamos sob um estado dominado pela cultura da morte”, expressou.
Na Colômbia, desde 2006, o aborto é permitido em casos de suposto risco de vida da mãe, má formações graves no feto e casos de violação.
Segundo as autoridades colombianas, o ex-guerrilheiro Héctor Albeidis Arboleda Buitrago, conhecido com o pseudônimo “o Enfermeiro”, teria cometido cerca de 500 abortos forçados a mulheres integrantes das FARC. Muitas delas teriam sido anteriormente estupradas sistematicamente por integrantes do esquadrão terrorista, entre elas estão 50 crianças.
Arboleda Buitrago mora atualmente em Madri (Espanha), onde foi preso no último fim de semana, mas foi libertado com medidas cautelares pouco tempo depois. As autoridades colombianas solicitaram sua extradição.
O conhecido “Enfermeiro” supostamente praticou abortos em mulheres com até oito meses de gravidez. Em um dos testemunhos recolhidos pela Fiscalização Geral da Colômbia, difundido pelo jornal espanhol ABC, uma mulher sequestrada e estuprada quando criança por guerrilheiros das FARC relatou: “Vi quando o meu bebê saiu, estava bem formado, tinha suas mãozinhas, senti o seu coração bater por um minuto”.
Em declarações recolhidas pela W Rádio, o fiscal geral da Colômbia, Eduardo Montealegre, assegurou que “existem provas de julgamento para demonstrar que o aborto forçado foi uma regra das FARC. Uma regra fundamentada no fato de forçar a mulher combatente ao aborto a fim de não as perder como instrumento de guerra”.
“Este não era apenas um aborto forçado, mas um tratamento grave em ralação ao tema de direitos humanos, e a gravidez obviamente fazia com que perdessem sua capacidade bélica em combate. Essa foi a razão pela qual as FARC, conforme demostra a Fiscalização, tornaram o aborto como uma política da organização fora da lei”, assinalou.
Entretanto, Jesús Magaña recordou que há pouco tempo o próprio Fiscal Geral da Colômbia “prometeu impulsionar uma lei para despenalizar totalmente o aborto”.
“Que incoerência”, criticou Magaña em declarações ao Grupo ACI, pois “parece que o único que torna válido o aborto é o desejo da mulher que o prática”.
Em seguida, o líder pró-vida colombiano lamentou que não percebam absolutamente “as consequências desse desejo, o qual destrói não só a vida do bebê por nascer, mas também da mulher que pratica o aborto”.
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Os crimes cometidos pelas FARC, assinalou, são conhecidos “há vários anos”, especialmente “contra meninas que foram sequestradas de suas casas e recrutadas por esta organização guerrilheira marxista leninista”.
“As meninas são usadas como objeto sexual e, no caso de gravidez, lhes praticam o aborto contra sua vontade”, denunciou.
Magaña lamentou ainda que nas negociações de paz entre o governo da Colômbia e as FARC, realizadas em Havana (Cuba), “não mencionem nada a respeito deste crime constante das FARC contra as mulheres. Especialmente contra as meninas menores de idade, que estão em suas listas contra sua vontade”.
Além disso, o líder pró-vida criticou o papel do Tribunal Constitucional e assegurou que este organismo é a “fonte de toda esta jurisprudência de despenalizar qualquer conduta punível criminosa, sempre que esta for desejada pela sua vítima”.
O Tribunal Constitucional decretou na semana passada que as Empresas Prestadoras de Saúde da Colômbia foram obrigadas a praticar abortos às vítimas de abusos sexuais.
Por meio desta resolução, advertiu Magaña, “o Tribunal Constitucional está apoiando o crime das FARC, se as menores desejarem se submeter a esta infâmia do aborto”.
Apesar das incoerências dos organismos do Estado Colombiano, Mañaga assegurou que o movimento pró-vida nesse país “não desiste” e “continua promovendo iniciativas de promoção da cultura da vida na Colômbia, e estas iniciativas aumentam a cada dia”.
“Novas iniciativas estão sendo lançadas em diferentes regiões do país”, assegurou e acrescentou: “Já estamos, por exemplo, organizando a décima marcha nacional pela vida, para o próximo dia 7 de maio”.
“Estaremos nas ruas das diferentes cidades do país manifestando o grande rechaço contra a sentença c355 do Tribunal Constitucional, através da qual despenalizou o aborto em 2006”, assegurou.
Confira também:
Mulheres respondem àqueles que dizem que a síndrome pós-aborto não existe https://t.co/Hy48hT2mw6 pic.twitter.com/c3Ob38bJQF
— ACI Digital (@acidigital) 15 dezembro 2015