A multinacional de produtos farmacêuticos Bayer, com sede na Alemanha, desde ontem enfrenta um julgamento por mais de 220 mil dólares em reparação, após ter sido denunciada por uma mulher que assegura ter sofrido severos danos de saúde depois de ingerir suas pílulas anticoncepcionais.

Segundo reportou a agência AFP, Felicitas Rohrer, uma mulher alemã de 31 anos, está denunciando a Bayer. Ela acusou que seu anticoncepcional Yasminelle (comercializado no Brasil como Yasmin) lhe causou uma embolia pulmonar, um bloqueio súbito de uma artéria pulmonar que poderia causar danos permanentes ao pulmão e inclusive a morte.

O problema começou em 2009, quando Felicitas de repente colapsou e teve uma parada cardíaca durante 20 minutos. Na operação de emergência a qual foi submetida, os médicos encontraram grandes coágulos de sangue.

Os médicos a atenderam, surpreendidos pelo fato de que uma jovem de 25 anos apresentasse um caso tão grave, e responsabilizaram diretamente à pílula anticoncepcional.

O julgamento começou ontem em um Tribunal de Waldshut-Tiengen, perto da fronteira da Alemanha com a Suíça.

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Denúncias como esta não são novas para a farmacêutica Bayer – cujo lema é “ciência para uma vida melhor” –, pois conforme seu próprio relatório financeiro para acionistas do segundo trimestre de 2014, pagaram cerca de 2 bilhões de dólares em acordos fora do Tribunal por denúncias de danos causados por seus medicamentos anticoncepcionais orais Yasmin, Yaz, Ocella e Gianvi, nos Estados Unidos.

Na página 54 desse relatório, a empresa Bayer admite que “para o dia 9 de julho (de 2014), chegou a acordos, sem admissão de responsabilidade, a fim de resolver as denúncias de aproximadamente 8,900 acusadores nos Estados Unidos, por um valor total de 1,8 bilhões de dólares”.

Apesar do valor pelo qual está denunciando à multinacional farmacêutica, Felicita Rohrer assegurou que “o dinheiro não pode compensar o que eu e outras mulheres passamos”.

“Se eu soubesse, nunca haveria tomado esta pílula”, assegurou.

“O que eu espero realmente é que seja feita a justiça”, disse, e expressou seu desejo de que o anticoncepcional oral da Bayer seja retirado do mercado.