REDAÇÃO CENTRAL, 10 de jan de 2016 às 06:00
Neste domingo, a Igreja celebra o Batismo do Senhor e com isso cada católico recorda também o próprio Batismo. A celebração foi o tema de um recente artigo do Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, no qual assinala que o “Batismo é nascimento para uma vida nova e é compromisso de seguir Jesus Cristo como discípulo missionário”.
No texto intitulado “Nosso batismo e o de Jesus”, o Arcebispo explica a festa celebrada hoje pela Igreja, ressaltando que com o Batismo do Senhor, celebrado no domingo após a Epifania, é encerrado “o ciclo das Festas da Manifestação do Senhor, o ciclo de Natal”.
“O Pai apresenta, manifesta a Israel o Salvador que ele nos deu, o Menino que nasceu para nós”, afirma o Purpurado, lembrando que Jesus não tinha “necessidade do batismo de penitência de João em preparação à vinda do Messias”. Mesmo assim, Ele se submeteu a este rito “que adquire o caráter de manifestação, pois nesse momento a Trindade se manifesta”.
Naquele instante, assinala Dom Orani, “Jesus foi ungido com o Espírito Santo como o Messias” e “pôde começar publicamente a missão de anunciar e inaugurar o Reino de Deus”.
Além disso, aquele momento também revelou outro elemento central da missão de Jesus, a sua humildade. Ele entrou na fila para ser batizado e, mesmo diante da tentativa de João de dissuadi-lo, não mudou de ideia.
“Assim convinha, no plano do Pai, que Jesus se humilhasse, se fizesse Servo e assumisse os nossos pecados! Ele veio não na glória, mas na humildade, não na força, mas na fraqueza, não para impor, mas para propor, não para ser servido, mas para servir”.
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O Cardeal explica ainda que, “com o batismo de Jesus, ficou preparado o Batismo cristão, diretamente instituído por Jesus Cristo e imposto por Ele como lei universal no dia da sua Ascensão: Todo poder me foi dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 18-19)”.
Entretanto, esclarece que o Batismo de João não é o sacramento. “Era somente um sinal exterior de que alguém se reconhecia pecador e queria preparar-se para receber o Messias. Ao ser batizado no Jordão, Jesus é ungido com o Espírito Santo para a missão. Esta unção será plena na ressurreição, quando o Pai derramará sobre ele o Espírito como vida da sua vida. Então – e só então – Ele, pleno do Espírito Santo que o ressuscitou, derramará este Espírito, que será também seu Espírito, sobre nós, dando-nos uma nova vida”.
Diante da grandeza desse sacramento que insere cada pessoa na Igreja, Dom Orani questiona quem recorda a data do próprio Batismo. “Recordamos o nascimento carnal, mas desconhecemos o dia em que nascemos para Deus e nos tornamos ‘participantes da natureza divina’”, observa.
“Na Igreja, ninguém é um cristão isolado”, comenta o Cardeal. “A partir do Batismo, o cristão passa a fazer parte de um povo, e a Igreja apresenta-se como a verdadeira família dos filhos de Deus. O Batismo é a porta por onde se entra na Igreja” e pelo qual “somos todos chamados à santidade”.
O Purpurado sublinha ainda a importância do Batismo “como um selo que exprime o domínio de Cristo sobre a alma do batizado”.
Por isso, reafirma o compromisso de seguir Jesus Cristo que é o Batismo. “A água batismal – conclui – não pode secar tão rapidamente de nossa fronte!”.