BERLIM, 11 de jan de 2016 às 14:20
Cerca de 170 mulheres denunciaram agressões sexuais e roubos sofridos durante a noite de 31 de dezembro na cidade alemã de Colônia. O caso despertou grande polêmica no país por acusações de encobrimento policial, midiático e político, enquanto as investigações apontam que entre os atacantes se encontraram homens que ingressaram no país como refugiados.
Cologne police chief removed after New Year Eve attacks - BBC News https://t.co/snOvJnxXbn pic.twitter.com/nVF2ZH97Dz
— matiere* (@matiere) 8 janeiro 2016
De acordo com a imprensa local, as denúncias apontam pessoas de características norte-africanas e árabes. A imprensa local informa a detenção de ao menos 31 suspeitos, 18 dos quais seriam refugiados.
Uma semana depois do ocorrido, o Arcebispo do Munique e Freising e presidente da Conferência Episcopal Alemã, Cardeal Reinhard Marx, assinalou em um comunicado que “os excessos em Colônia e outras cidades importantes são profundamente inquietantes para nossa sociedade e não se podem tolerar de maneira nenhuma”.
“Necessitamos de informação precisa e uma resposta clara do estado de direito”, disse.
O Cardeal Marx advertiu que “estas novas formas de violência e sobretudo o trato desumano das mulheres não podem ser tolerados” e pediu que “todas as forças sociais devem trabalhar juntas para acautelar este tipo de incidentes e garantir a segurança”.
“Como Igreja, estamos aqui para fazer nossa contribuição para participar de uma sociedade que viva o respeito mútuo”, assinalou.
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Foram feitas muitas acusações sobre a polícia local pela demora em informar à opinião pública sobre os ataques. Também se criticou que teriam ocultado dados como a nacionalidade dos suspeitos.
A polêmica custou o cargo ao chefe da polícia de Colônia, Wolfgang Albers, que foi destituído na sexta-feira, 8.
Um relatório policial filtrado à imprensa assinala que um dos suspeitos exclamou, no momento de sua detenção: “Sou sírio. Tem que me tratar amavelmente. A senhora Merkel me convidou”, em referência a chanceler alemã Angela Merkel.
No final de novembro, Merkel recebeu duras críticas por promover uma política de portas abertas para refugiados, apesar de diversas preocupações sobre a segurança.
Em declarações difundidas na semana passada pela rede britânica BBC, Merkel qualificou as agressões como “atos criminais repugnantes” que a Alemanha “não aceitará”.
A chanceler alemã solicitou que todos os fatos sejam “postos sobre a mesa” e assegurou que “devemos examinar uma e outra vez o que fizemos e o que é necessário em termos de deportações da Alemanha”.
Com isto, assegurou, buscarão “enviar sinais claros” a quem “não está preparado para acatar nossa ordem legal”.