A instrução do processo de beatificação de irmã Lúcia de Jesus, uma das três videntes de Fátima, está na fase diocesana e deverá terminar até ao final deste ano. A informação foi confirmada pela vice postuladora da causa dos Pastorinhos, Ir. Ângela Coelho, ao site do Santuário de Fátima.

“Não tenho certezas, mas estamos trabalhando nesse sentido embora reconheça a complexidade que envolve a história de vida de Lúcia”, indicou, adiantando que o processo “está em uma fase diocesana” e, por isso, a beatificação “não deverá estar resolvida até o centenário” das aparições, a ser comemorado em 2017.

“Iremos terminar este ano o processo que terá de ser traduzido para italiano, conforme uma exigência da Congregação para a Causa dos Santos”, explicou.

Segundo Ir. Ângela, além da análise da correspondência de Lúcia, também estão sendo interrogadas as testemunhas do processo, pessoas que a conheceram e com ela quem conviveu.

“São mais de 70 mil cartas recebidas e respondidas pela Irmã Lúcia a partir da década de 80, provenientes de todas as regiões do mundo e das mais variadas origens desde cidadãos anônimos até Papas, passando por cardeais, embaixadores e outros”, destacou.

Para a vice postuladora, este “é um processo complexo até pelo tempo em que viveu – duas guerras mundiais; a guerra civil espanhola; a ascensão e queda da ex-URSS – e pelas preocupações que transportava”.

“Acredito que, na sua cela, esta religiosa transportava as dores do mundo do século XX, para além das suas próprias dores pessoais”, declarou Ir. Ângela, ressaltando que “toda a atenção que lhe dispensarmos e a seriedade e ponderação com que fizermos este trabalho são fundamentais”.

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A religiosa assinala ainda que “o tempo que estamos aplicando ao processo beneficia a Lúcia, mas beneficia, também, a Mensagem de Fátima”.

Neste processo, para além de outros elementos, estão colaborando 15 teólogos, de várias nacionalidades, os quais têm se dedicado inteiramente a este trabalho de estudo da sua correspondência e procurado “ultrapassar alguns obstáculos de forma a facilitar o trabalho a Roma”.

“Este cuidado que sempre tivemos prende-se com a necessidade de uma afirmação inequívoca: ela é uma santa e a Igreja tem de perceber isso e tem de ter essa certeza ao beatificá-la”, concluiu.

Além do processo de beatificação de Ir. Lúcia, há grande expectativa em relação ao processo de canonização dos beatos Jacinta e Francisco, os outros dois videntes. Espera-se que possa ser concluído por Roma até a comemoração do centenário das aparições em 2017, ocasião que o Papa Francisco já manifestou o desejo de estar em Portugal.

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