Roma, 19 de jan de 2016 às 16:00
Mais de 600 pessoas fugiram nos últimos dias para a região de Maiduguri, no nordeste da Nigéria, como resultado dos recentes ataques do Boko Haram contra cinco povos da localidade da Mafa, alertou a imprensa local.
Segundo informou o jornal nigeriano Daily Post, líderes locais denunciaram que não havia presença das forças de segurança e que os terroristas islâmicos começaram a assassinar os habitantes. Embora tenham tentado se defender, viram-se obrigados a fugir.
A imprensa indicou que os habitantes tiveram que deixar seus lares e sair para a estrada com o que tinham à mão. Agora, pedem ao governo que os realoque.
“Eles vieram e lutamos, mas perdemos muitos jovens que faziam a defesa de nossas vilas. Mas, na semana passada, durante o dia da feira no Gwom, decidimos ir”, indicou Mallam Bunu Kachallah, um habitante local.
“Boko Haram tem armas sofisticadas, enquanto nós só temos lanças, arcos e flechas. Não podemos igualar seu poder, além disso porque são numerosos. Eu perdi meu filho que lutou contra o Boko Haram para proteger nossa aldeia. Arrependo-me de ter permitido que se unisse aos jovens que defendem nosso povo. Mas, como ancião, tive que permitir quando havia outros meninos que saíam para defender o povo”, expressou.
Este grupo terrorista procura impor um califado na África. Até agora, seu campo de ação é o norte da Nigéria e suas fronteiras com o Chade, Camarões e Níger. Entretanto, em março de 2015, jurou lealdade ao Estado Islâmico (ISIS).
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Nesse sentido, a ministra de Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, alertou que existe a possibilidade da criação de um “eixo do terror” na África, formado por Boko Haram e ISIS.
Em declarações difundidas ontem, a ministra disse que “se for criado um eixo do terror mediante a cooperação de Boko Haram e Estado Islâmico, muitas zonas na África poderiam ser desestabilizadas e o resultado seria uma nova onda de refugiados na Europa que não nos podemos permitir”.
Confira também:
Cáritas Internacional: devastação causada pelo Boko Haram já é uma tragédia humanitária https://t.co/wv0DJRSmlH pic.twitter.com/X0nX5db1ZE
— ACI Digital (@acidigital) 8 janeiro 2016