Roma, 1 de fev de 2016 às 15:51
O Pe. Engelmar Unzeitig foi um jovem sacerdote de origem tcheca, quem foi preso pelos nazistas em 21 de abril de 1941. Seu crime? Pregar contra o Terceiro Reich, especialmente contra as medidas tomadas como o povo judeu. E também por incentivar a sua congregação a permanecer fiel a Deus e a resistir as mentiras do regime nazista.
Fr. Engelmar Unzeitig, concentration camp priest, declared a martyr. https://t.co/baU3R9w1Ak #HolocaustMemorialDay pic.twitter.com/ko0hUaWpWH
— Catholic Bioethics (@NCBCenter) 27 janeiro 2016
Como castigo, o sacerdote foi enviado ao campo de concentração de Dachau, conhecido como “o maior monastério do mundo” porque chegou a hospedar aproximadamente 2700 clérigos, dos quais 95% por cento eram sacerdotes católicos poloneses e foi ali que vários foram martirizados.
O Pe. Unzeitig tinha 30 anos, e havia sido ordenado dois anos antes de sua chegada a Dachau. Nasceu em 1911 em Greifendorf (na atual República Tcheca). Ingressou no seminário aos 18 anos e se converteu em sacerdote da Sociedade Missionária Mariannhill, cujo lema era: “Se ninguém mais for: eu vou! ”.
Durante seu cativeiro estudou russo para poder ajudar aos que chegavam da Europa Oriental e devido a sua atitude de serviço aos outros foi considerado um homem santo dentro de Dachau.
A maneira como tratavam os sacerdotes e ministros em Dachau era imprevisível: as vezes lhes permitiam rezar e outras eram tratados severamente. Por exemplo, em uma Sexta-feira Santa, a fim de “celebrar a ocasião”, os nazistas selecionaram dezenas de sacerdotes para torturá-los.
Durante vários anos, o Pe. Unzeitig gozou de boa saúde apesar dos maus tratos que recebia. Entretanto, quando uma epidemia de febre tifoide atingiu o campo, ele e outros 19 sacerdotes se ofereceram como voluntários para fazer o que ninguém queria fazer: atender aos doentes e moribundos, o qual significava uma óbvia sentença de morte.
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Desta forma, ele e seus companheiros davam banho e cuidavam dos doentes. Também rezavam com eles e lhes administravam os últimos sacramentos.
Apesar das circunstâncias difíceis, o Pe. Unzeitig encontrou esperança e alegria em sua fé, tal como transmite por meio das cartas que enviou à sua irmã:
“Façamos o que for, queiramos o que for, com a certeza que somente a graça que nos leva e nos guia. A graça todo-poderosa de Deus nos ajuda a superar obstáculos...o amor duplica nossa força, nos torna engenhosos, nos ajuda a estar contentes e livres interiormente. Se as pessoas percebessem o que Deus tem preparado para aqueles que o amam! ", escreveu.
Em outra carta assinalou:
“Inclusive depois dos sacrifícios mais difíceis e os piores sofrimentos, Deus está esperando-nos com seu amor paternal, está satisfeito com a boa vontade dos seus filhos e lhes dá a felicidade ".
No dia 2 de março de 1945 o Pe. Unzeitig morreu devido à febre tifoide junto com outros dois sacerdotes voluntários. O campo de concentração de Dachau foi libertado pelos soldados americanos algumas semanas depois.
Em reconhecimento às suas virtudes heroicas, o Pe. Engelmar Unzeitig foi declarado Venerável pelo então Papa Bento XVI em 3 de julho do ano 2009.
No último dia 21 de janeiro, o Papa Francisco reconheceu oficialmente o Pe. Unzeitig como mártir, assassinado por ódio à fé, o qual abre o caminho para sua beatificação.