REDAÇÃO CENTRAL, 8 de fev de 2016 às 06:00
A irmã morena, assim era carinhosamente chamada Santa Josefina Bakhita, religiosa que sofreu as dores da escravidão, mas conheceu o amor de Deus a quem decidiu se consagrar. Neste dia 8 de fevereiro, a Igreja recorda a sua memória litúrgica.
Santa Josefina Bakhita nasceu em uma aldeia perto da montanha Agilerei, no Sudão, em 1869.
Tendo sido vendida e comprada por várias vezes, experimentou diversas humilhações e sofrimentos físicos da escravidão. A experiência dolorosa fez com que esquecesse o próprio nome.
Bakhita, que significa afortunada, foi o nome que recebeu de comerciantes de escravos. “Bakhita é um nome formoso; vai te trazer boa sorte”, disse um deles.
Até que foi comprada por um cônsul italiano, que a levou para a Itália e a entregou a uma família amiga de Veneza, o casal Michieli, pois a esposa tinha se afeiçoado a Bakhita. Este casal teve uma filha e a santa passou a ser a babá e amiga da menina.
Por conta dos negócios, esta família teve que retornar para a África. Mas, seguindo conselhos, decidiram deixar a filha e a babá aos cuidados das religiosas de Santa Madalena de Canossa.
Foi então que Bakhita teve seu encontro com o Senhor, conheceu o Evangelho e foi batizada aos 21 anos, recebendo o nome Josefina.
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Quando os Michieli retornaram da África e foram buscar a filha e Bakhita, esta, com firme decisão, disse que queria ficar com as Irmãs Canossianas para servir a Deus.
Em 1896, atendendo ao chamado para a vida religiosa, Josefina Bakhita se consagrou para sempre ao seu Deus, que ela chamava com carinho “o meu Patrão”.
Dedicou-se por mais de cinquenta anos às várias ocupações no convento. Foi cozinheira, responsável pelo guarda-roupa, bordadeira, sacristã, porteira.
Admirada pelas irmãs e pelos moradores do local por sua humildade, simplicidade e alegria, costumava dizer: “Sede bons, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se, soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!”.
Já na velhice e tomada por longa e dolorosa doença, reviveu a agonia dos terríveis anos de escravidão. Vária vezes suplicava à enfermeira que a assistia: “Solta-me as correntes ... pesam muito!”.
Em 8 de fevereiro de 1947, a “Santa Irmã Morena” partiu para a casa do Pai, tendo proferido suas últimas palavras: “Nossa Senhora! Nossa Senhora!”.
Santa Josefina Bakhita foi canonizada em 1º de outubro de 200, por São João Paulo II, após o reconhecimento da cura milagrosa de Eva Tobias da Costa, brasileira, moradora de Santos (SP), que havia rezado pela intercessão de Bakhita em 1980.