BEIRUTE, 5 de mai de 2005 às 18:33
Os cristãos libaneses receiam ser alvo de novas hostilidades em caso de vitória nas próximas eleições das forças políticas aliadas da Síria, Segundo noticiou o Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Em declarações à AIS, Nahmatallah Naser, um parlamentar cristão, informou que os cristãos libaneses estão preocupados com o fato de tropas sírias em retirada estarem fornecendo armas a grupos palestinos. Segundo o deputado, os soldados sírios entregaram armamento pesado a grupos de combatentes palestinos no Vale de Bekka e a outras unidades em dois bairros a sul de Beirute.
“Nesta região, como em muitas outras áreas controladas pelos xiitas do Hezbollah, existem cerca de 5 mil paramilitares, que supostamente pertencem aos serviços secretos sírios. As Nações Unidas e os Estados Unidos já foram informados sobre isto”, explicou Naser.
Diante desta situação, os cristãos libaneses temem ser alvo de um novo surto de hostilidades, como atentados e sequestros, se os resultados das próximas eleições, previstas para 20 de maio, forem favoráveis à Síria e seus aliados.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O Patriarca Maronita, D. Nasrallah Sfeir, em entrevista à AsiaNews lamentou que as próximas eleições se realizem ainda de acordo com a lei eleitoral criada e aprovada pelos sírios no ano 2000. Para D. Nasrallah Sfeir a lei eleitoral “não está de acordo com os interesses dos libaneses” e apela a que a Assembleia Nacional “reflita fielmente as aspirações do povo”.
A legislação atual divide o Líbano em grandes círculos eleitorais e tanto o Patriarca como a oposição cristã preferem o regresso aos círculos mais pequenos. “Os eleitores devem conhecer os candidatos que vão eleger e isto só é possível com círculos eleitorais mais pequenos”, defende o Patriarca.
A coligação formada após a retirada das forças sírias está agora divida. Os cristãos querem a aprovação de uma nova lei eleitoral, o que é rejeitado tanto pelos sunitas como pelos drusos. Há divergências neste aspecto também entre os xiitas.