ROMA, 11 de fev de 2016 às 14:15
O metropolita ortodoxo Hilarión, presidente do Departamento para as Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou, revelou detalhes importantes sobre o encontro que irá acontecer nesta sexta-feira, 12, entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill no aeroporto internacional de Havana, em Cuba.
Metropolita Hilarion su incontro #Papa e #Kirill a Cuba: il problema dei cristiani perseguitati sarà al centro pic.twitter.com/iZ7338r3VY
— AgenSIR (@agensir) 5 fevereiro 2016
Durante a coletiva de imprensa, o metropolita indicou que o tema principal do encontro será a perseguição aos cristãos por parte dos extremistas como o Estado Islâmico e o Boko Haram, no Oriente Médio e na África, respectivamente.
“O genocídio dos cristãos requer medidas urgentes e uma maior cooperação entre as Igrejas cristãs. Nesta trágica situação, é necessário deixar de lado os problemas internos e unir os esforços para salvar a cristandade nas regiões onde há um maior número de perseguição”, manifestou.
Outros temas que discutirão o Pontífice e o Patriarca são “os urgentes problemas nas relações bilaterais e na política internacional”.
Por outro lado, o metropolita Hilarión falou sobre as razões que levaram a Patriarca Kirill aceitar encontrar-se com o Santo Padre.
No começo do mês de fevereiro, o Concílio Sagrado dos Bispos da Igreja Ortodoxa Russa falou acerca da perseguição aos cristãos e fizeram um apelo a fim de que durante este ano se tomem medidas.
“Deste modo, apesar dos obstáculos de natureza eclesiástica, decidiu-se que deveriam realizar urgentemente um encontro entre Sua Santidade o Patriarca Kirill e o Papa Francisco de Roma”, indicou Hilarión.
Neste sentido, explicou que durante os últimos anos “chegaram numerosas propostas sobre a sede deste encontro. Entretanto, desde o primeiro momento o Patriarca Kirill não queria que este fosse realizado na Europa, pois associa com a Europa a grave história das divisões e conflitos entre os cristãos”.
“A coincidência entre as datas das visitas de Kirill a certos países da América Latina com a visita do Papa ao México foi uma oportunidade para realizar este encontro no Novo Mundo e esperamos que deste surja um novo capítulo nas relações entre ambas as Igrejas”, manifestou.
O itinerário do Patriarca Kirill na América Latina
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Hilarión assinalou que o Patriarca Kirill chegará a Cuba no dia 11 de fevereiro à tarde. Além do encontro com o Papa Francisco, o líder da Igreja Ortodoxa na Rússia participará da comemoração dos 45 anos da consagração da igreja dedicada a São Constantino e a Santa Helena, a primeira igreja ortodoxa construída em Havana.
Também se reunirá com Raul Castro e, no domingo, 14, celebrará a liturgia no templo ortodoxo de Nossa Senhora de Kazán, cuja construção supervisou pessoalmente. Neste mesmo dia, irá ao Paraguai onde permanecerá até o dia 15 de fevereiro.
Homenageará à memória dos emigrantes russos que contribuíram com as investigações do modo de vida dos índios locais. Em 15 de fevereiro, celebrará um rito na igreja russa do Véu Protetor de Nossa Senhora, localizada em Assunção.
Em seguida, irá ao pavilhão russo do cemitério da cidade e logo se encontrará com o presidente Horácio Manuel Cartes, assim como com uma delegação de compatriotas russos que residem no Paraguai.
A última escala da excursão será no Brasil, onde participará das celebrações pelos 95 anos da chegada de 1217 russos de Gallipoli ao Rio do Janeiro, e pelos 70 anos do estabelecimento da diocese ortodoxa russa da Argentina e da América do Sul.
Kirill estará em Brasília onde se reunirá com a presidenta Dilma Rousseff. No Rio de Janeiro, celebrará um rito de ação de graças no Corcovado, aos pés do Cristo Redentor.
Terá um encontro com o Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro.
No domingo, 21, viajará a São Paulo onde presidirá a divina liturgia na catedral da Igreja Ortodoxa Russa. Na tarde deste mesmo dia, retornará a Moscou.
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— ACI Digital (@acidigital) 5 fevereiro 2016