MADRI, 23 de fev de 2016 às 16:00
O Cardeal Antonio Cañizares, Arcebispo de Valência (Espanha), assegurou que defenderá “com unhas e dentes, ou seja, com todas as armas legítimas que estiverem ao meu alcance” o ensino religioso nas escolas, o qual espera que seja sempre “da melhor qualidade”.
Em uma carta dirigida recentemente aos professores de religião católica, o Cardeal expressou seu “reconhecimento e agradecimento sincero” pelo trabalho que realizam nas escolas, pois estes professores tornam “presente o Evangelho de Jesus Cristo e da Igreja às crianças e aos jovens que estão sendo formados” apesar das muitas “dificuldades e obstáculos” que confrontam estes professores no momento de desenvolver seus trabalhos.
“O ensino religioso, de fato, é um aspecto fundamental na formação integral da pessoa e um elemento imprescindível no exercício do direito à liberdade religiosa, é algo básico e garantia de todas as demais liberdades”, precisou o Arcebispo de Valência e apontou também que este é “um direito garantido pela Constituição Espanhola”.
Por isso recordou que é necessário “insistir em que os pais são quem tem o direito de educar os seus filhos conforme a suas próprias convicções e crenças, como reconhece o mandato constitucional”.
Além disso, Cañizares indicou que o ensino da religião na escola não é “uma concessão realizada pela Administração pública a determinados cidadãos” nem “um privilégio da Igreja católica no período escolar”, mas quando o Estado garante o ensino da religião e da moral na escola “simplesmente está cumprindo o seu dever”.
Nesse sentido, destacou que quando o Estado não proporciona “o livre e pleno exercício deste direito” ou “não possibilita de maneira suficiente seu adequado desenvolvimento” está “deixando os cidadãos em falta”.
Ante aquelas pessoas que veem a aula de religião como “um obstáculo para a modernização da sociedade”, o Cardeal Cañizares sublinhou: “A esta altura, já deveríamos ter aprendido que o progresso econômico não está unido ao corte da liberdade religiosa”.
Desta maneira, o Cardeal pediu “um maior e mais efetivo apoio social a este direito e dever” e também destacou que “tudo o que for feito a respeito deste tema contribuirá ao rearmamento moral da nossa sociedade”, “à humanização do mundo em que vivemos”.
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“É necessário não só reclamar e aplicar o ensino religioso, mas precisa ser dignificado, potencializado e creditado cada dia mais ante os alunos, pais, professores e toda a sociedade”, sublinhou.
Deste modo, o Cardeal solicitou “um ensino religioso de qualidade” e “rigoroso” em seus conteúdos, métodos e materiais, “correspondendo fielmente aos ensinamentos da Igreja, ajudando a descobrir a verdade do homem e sua vocação, que são inseparáveis de Jesus Cristo”, insistiu.
O Cardeal animou os professores de religião dizendo que “o melhor serviço que podem prestar é ser testemunho de Deus, através do qual o homem encontra seu sentido, origem, meta, fundamento e descanso e sua salvação”.
“Não esqueçam sua missão evangelizadora, que não é manipulação da escola nem posta a serviço de interesses alheios a mesma”, “evangelizar é ajudar a escola em sua tarefa de renovar a humanidade”, concluiu.
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— ACI Digital (@acidigital) 7 dezembro 2015