A pouco da estréia do filme Kingdom of Heaven (Reino do Céu ou Cruzadas) de Ridley Scott, a expectativa entre o público cresce e o cepticismo de muitos peritos vai em aumento. Embora alguns apresentam a cinta como um documentário de Hollywood, para muitos acadêmicos esta distorce a história descaradamente.

O professor Jonathan Riley-Smith, autor de  Short History of the Crusades (Uma pequena história sobre as Cruzadas) surpreendeu à imprensa quando disse que o filme é lixo” e assinalou que “historicamente falando não é nada exata”.

Riley-Smith manifestou que o filme de Scott “mostra aos muçulmanos como sofisticados e civilizados, enquanto que os cruzados são um bando de brutos e bárbaros. Nada mais longe da realidade”. Além disso, indicou que “nunca existiu a confraternidade entre muçulmanos, judeus e cristãos na época. Esse é outro elemento que não faz sentido”.

Por sua parte, Robert Spencer tomou como ponto de partida um artigo recentemente publicado pelo New York Times no qual se afirma que “os muçulmanos coexistiam pacificamente até que os cristãos extremistas o arruinaram tudo. Inclusive quando os cristãos foram vencidos, os muçulmanos os ajudaram a retornar sãos e salvos a Europa”.

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Spencer afirma que a história não é assim. Na sua coluna publicada pela revista Front Page, o perito afirma que alguns querem “nos fazer pensar que (a fita) é uma fascinante lição de história. Fascinante, tal vez, mas só como evidência do que podem chegar a fazer os ocidentais para enganar-se a si mesmos”.

Também assinala que não existe no filme “dado nenhum que mostre a realidade histórica dos cristãos e judeus que viviam sob o regime muçulmano. Nunca foram tratados como iguais e nunca se respeitou a igualdade de seus direitos como cidadãos. Sempre sofreram diversas formas de discriminação e humilhação”.

Quanto ao convencimento do diretor do filme de ter mostrado com eqüidade todos os lados da história, Spencer menciona que “quando virem o filme poderão fazer seu balanço”.

Da mesma maneira, o professor Jonathan Philips, autor do The Fourth Crusade and the Sack of Constantinople (A quarta cruzada e o saque de Constantinopla) criticou a representação que o filme faz dos cavalheiros templários como “vilãos”. Segundo Philips, esta representação “só pode sustentar-se da perspectiva islâmica e, com tudo isso, é uma representação claramente errada (...) Os templários juraram defender Terra Santa e por isso muitos foram assassinados”.