“Atualmente não está sendo estudada nenhuma viagem ao Paquistão”, assinalou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, em declarações dadas ontem ao National Catholic Register, logo após diversos meios de comunicação informarem que o Papa Francisco havia aceitado um convite do Primeiro-ministro, Nawaz Sharif, entregue por dois de seus ministros durante a Audiência Geral desta quarta-feira.

O ministro da marinha, Kamran Michael, e o de assuntos religiosos, Sardar Muhammad Yousaf, disseram à imprensa nesta quarta-feira que haviam chegado a Roma para “pedir ao Santo Padre que visite o Paquistão e ele esteve de acordo”. O Papa agradeceu pelo convite, mas não aceitou nem recusou, segundo fontes vaticanas. Normalmente, acontece que um governo convida o Papa para que o visite, mas, como não responde imediatamente “não”, sua resposta é prematuramente interpretada como um “sim”.

Em uma nota à imprensa, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) disse que dois ministros relataram ao professor Shahid Mobeen, fundador da Associação de Cristãos Paquistaneses na Itália, que o Primeiro-ministro Sharif tem “muito respeito” pelo Papa e “uma grande vontade de recebê-lo no país”.

Do mesmo modo, disseram que há “grandes expectativas” de que o Papa visite o país, onde é muito querido, também entre os muçulmanos que representam 96 por cento da população.

Parte das razões pelas quais há esperanças de uma visita ao subcontinente indiano é a especulação de que o Santo Padre poderia ir à Índia em setembro para canonizar Madre Teresa de Calcutá. O governo do Paquistão desejou aproveitar a oportunidade para convidar o Pontífice a incluir este país nesta viagem.

Mas, ainda não está claro se uma visita papal à Índia está sendo discutida ou se tal possibilidade é apenas uma ilusão.

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Uma visita ao Paquistão chegaria em um tempo propício, quando a minoria cristã (dois por cento da população) enfrenta diariamente discriminação e perseguição devido à lei de blasfêmia. “Para cada um dos cristãos do Paquistão, seria uma verdadeira bênção”, disse Kamran Michael. Seria também uma ajuda para assegurar a libertação de Asia Bibi, mulher cristã paquistanesa presa em 2009 e sentenciada à morte sob a lei de blasfêmia.

Entretanto, uma visita papal apresentaria sérios desafios de segurança. Quando São João Paulo II visitou Karachi em 1981, três meses antes de sofrer o atentado na Praça de São Pedro, uma granada explodiu no estádio em que celebraria a Santa Missa, pouco antes de sua chegada. O homem que levava a granada morreu. Desde então, a segurança no país só piorou.

Outro fato importante, são os cinco anos do assassinato do ministro paquistanês de assuntos religiosos, Shahbaz Bhatti. Michael disse que Bhatti foi “como um irmão”. “Um líder carismático, comprometido com a causa de fazer do Paquistão um país onde a paz e a harmonia reinem. E nós, continuamos hoje o caminho iniciado por ele”, expressou.

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