O último soldado sobrevivente da Guerra Cristera, Juan Daniel Macías Villegas, faleceu de uma parada respiratória no último dia 18 de fevereiro aos 103 anos na sua cidade natal, San Julián (Jalisco, México).

Segundo informações do jornalista gráfico mexicano Alejandro Moreno Merino ao Grupo ACI, o funeral do Macías aconteceu na igreja San José, do qual participaram os filhos, netos, bisnetos e tataranetos do cristero.

Eles caminharam cerca de três quilômetros em procissão até o cemitério junto à “Guarda Nacional Cristera”, organização católica que busca defender a memória dos mártires que morreram durante a perseguição religiosa no México no começo do século XX.

 

Macías nasceu em 21 de julho de 1912 no povoado de San Julián chamado Rancho de los Palos Verdes. Foi batizado pelo Pe. Narciso Elizondo, que o abençoo alguns anos depois ao começar a guerra.

Aos 13 anos, começou a lutar com os “cristero” depois de se alistar com o General Vitoriano Ramírez (“o 14”) e fazer parte do seu esquadrão “Os dragões do 14”. Participou de várias campanhas na região dos altos de Jalisco e Guanajuato e na segunda Cristiada (1935-1937) sob o mando de Lauro Rocha.

Depois da guerra, Juan Daniel Macías morou na comunidade rural de San Julián até a sua morte. Este lugar dedicado à produção de leite e gado, foi além disso, o primeiro povoado que levantou as suas armas no dia 1º de janeiro de 1927 contra as leis repressoras do governo daquela época.

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Na época da perseguição religiosa no México, os católicos eram presos, fuzilados e desterrados. Estas situações aconteciam porque o governo de Plutarco Elías Calles aprovou uma modificação do Código Penal para restringir a liberdade religiosa.

Com tal reforma, começou um conflito armado entre o governo e as tropas de leigos, presbíteros e religiosos católicos, conhecido como Guerra Cristera.

Os católicos eram capturados e multados e/ou presos por realizar ensinamentos religiosos, usar roupas habituais do clero, reunir-se depois de terem sido enclausurados, fomentar a vida religiosa ou fazer atos de culto fora dos templos.

Em 1992, conseguiram uma reforma na Constituição mexicana, graças à intervenção da Conferência do Episcopado Mexicano e o apoio do presidente Carlos Salinas de Gortari e pela grande maioria de senadores e deputados.

Nesse mesmo ano, as relações diplomáticas entre o México e a Santa Sé foram restabelecidas.

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