MADRI, 11 de mar de 2016 às 13:30
A Cáritas Espanha apresentou em uma coletiva de imprensa em sua sede central, em Madri, o documento “A prostituição desde a experiência e a visão de Cáritas”.
No relatório, analisam a realidade deste grave fenômeno social a partir das experiências de vida das mulheres que são acompanhadas em distintos projetos pela Cáritas em toda a Espanha e que estão na rua, nos clubes, nos centros e nas casas de acolhida.
O documento de 80 páginas analisa a realidade atual da prostituição – uma situação de exclusão social na qual Cáritas vem trabalhando há mais de 30 anos –, quais são os critérios da Doutrina Social da Igreja que podem servir neste campo e a própria visão da experiência de Cáritas.
A publicação termina com extenso capítulo de propostas que permitam transformar a realidade social que sustenta a persistência deste problema.
Estas mulheres que são ajudadas pela Cáritas Espanha têm um perfil similar: jovens menores de 25 anos, de origem estrangeira, com baixo nível escolar e com filhos menores. Menos de 20 por cento delas são de nacionalidade espanhola.
Conforme apontam, as causas que fazem com que estas mulheres caiam na prostituição são as situações de pobreza e as redes de tráfico de pessoas.
Nesse sentido, como parte do trabalho social da Igreja Católica, a Cáritas pede que os governantes respondam a este problema que afeta pessoas concretas.
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“Apelamos aos governantes e às autoridades públicas a fim de que não finjam que estão surdos nem olhem para outro lado ante a vergonha desta moderna escravidão chamada prostituição, a qual está à vista de todos”, sublinha Cáritas no relatório.
Hilde Daems, responsável pelo programa prostituição da mulher e tráfico da Cáritas, apontou que grande parte da solução a este problema começa colocando a mulher no centro e que sejam respeitados seus direitos humanos.
O relatório de Cáritas Espanha propõe reconhecer o acesso ao sistema sanitário das mulheres estrangeiras que exercem a prostituição na Espanha, a educação em valores dos jovens e a realização de campanhas a fim de advertir os graves danos causados pela prostituição.
Outra proposta realizada é a de perseguir aqueles que lucram com o tráfico de pessoas, um negócio que gera tanto dinheiro como a venda de armas ou drogas a nível internacional. Além disso, propõem a criação de uma lei integral contra o tráfico.
Confira ainda:
Papa Francisco saúda mulheres vítimas de violência e prostituição antes de viajar à África https://t.co/YMuSASxIag
— ACI Digital (@acidigital) 25 de novembro de 2015