ROMA, 11 de mar de 2016 às 19:00
O Pe. Luis Montes, sacerdote argentino missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE) no Iraque, começou recentemente um novo trabalho no Curdistão iraquiano, como diretor espiritual dos seminaristas em Erbil. Ao refletir sobre a nova missão que inicia, assinalou que “a perseguição sempre acompanhou a Igreja nesse país”.
O Estado Islâmico do Iraque e o Estado Islâmico (ISIS, na sigla em inglês, conhecido também como Daesh), criado em 1999, declarou em 2013 um califado em território iraquiano. Em seguida, aumentou a perseguição e o massacre dos cristãos na região.
O ISIS estendeu suas ações terroristas na Síria, Afeganistão, Paquistão, partes da Índia, Arábia Saudita, Egito, Líbia e Nigéria, entre outras regiões com importante presença muçulmana.
Em fevereiro deste ano, o Parlamento Europeu qualificou como genocídio a perseguição de cristãos na Síria e no Iraque. Uma comissão do Congresso dos Estados Unidos emitiu um pronunciamento semelhante pouco tempo depois.
Muitos cristãos fugiram da região do Curdistão iraquiano, onde encontraram refúgio. Nessa região está localizada a cidade de Erbil, onde o Pe. Montes chegou em 17 de fevereiro junto com outro missionário membro do IVE para ajudar na formação dos futuros sacerdotes.
“Há alguns meses o Patriarca Caldeu, Dom Louis Sako, pediu a mim e a outro sacerdote para trabalhar na formação dos seminaristas. O seminário está em Erbil, no Curdistão iraquiano; mudou-se a esta cidade há alguns anos porque o bairro de Bagdá, no qual estava, era muito perigoso”, explicou em uma publicação na página do IVE.
“Com grandes sacrifícios, nosso instituto respondeu que sim a este pedido e fui enviado ao seminário caldeu como diretor espiritual do mesmo”, assinalou, destacando que “se servir um povo que sofre perseguição é uma graça muito grande, o que poderíamos dizer de poder preparar os futuros pastores desta Igreja mártir?”.
Até esse momento, o Pe. Montes estava há cinco anos de missão em Bagdá, capital do Iraque. “Cheguei a Erbil no dia 17 deste mês, festa da Padroeira de Nossa Província, Nossa Senhora do Desterro”, disse.
Não foi fácil deixar sua missão em Bagdá, reconheceu o sacerdote missionário, pois “entre as coisas que mais unem está o fato de compartilhar os sofrimentos de todos”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Mas, ao mesmo tempo, destacou, “o crescimento de nosso apostolado neste lugar privilegiado, a importância da formação de futuros sacerdotes, a possibilidade de começar uma missão na região onde está a maioria dos cristãos do país e onde vivem milhares e milhares de pessoas que tiveram que abandonar tudo a fim de ser fiéis a Nosso Senhor, é algo tão entusiasmante que me maravilho da bondade de Deus”.
“Somos servos inúteis, mas Ele quer que o ajudemos: ‘Deus escolheu o ignorante nesse mundo para confundir os sábios. E escolheu o fraco deste mundo para confundir o forte’”.
Em seguida, o missionário do IVE assinalou: “Lendo um livro sobre a liturgia caldeia, encontrei esta frase: ‘Podemos afirmar sem temor a exagerar que a igreja caldeia não experimentou sequer um século de paz’, a perseguição a acompanhou sempre e agora como Família Religiosa temos a oportunidade de ser partícipes desta linda missão de mártires”.
O Pe. Montes concluiu seu relato na página do Instituto do Verbo Encarnado pedindo “as orações de todos a fim de que sejamos fiéis a esta graça tão especial”.
Como um meio para canalizar a ajuda aos cristãos perseguidos no Iraque, o Pe. Luis Montes dirige a página no Facebook Amigos do Iraque.
Confira ainda:
[VÍDEO] CitizenGO no Iraque: Cristãos perseguidos são exemplo de fortaleza na fé https://t.co/s6ML1H1bNZ
— ACI Digital (@acidigital) 1 de março de 2016