A Câmara de Representantes (deputados) dos Estados Unidos votou ontem, de forma unânime, em favor de declarar como genocídio a perseguição contra cristãos e outras minorias étnicas no Oriente Médio cometidas pelo grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS).

O projeto de lei foi apresentado em setembro de 2015 pelos congressistas Jeff Fortenberry, do Partido Republicano, e Anna Eshoo, do Partido Democrata.

O documento expressa o “sentir do Congresso” de que os terroristas que cometeram tais “atrocidades” contra cristãos, yazidis, turcos, curdos e outras minorias no Oriente Médio são culpados de genocídio.

A aprovação foi de 393 votos a zero. O Departamento de Estado tinha colocado como data limite até o dia 17 de março, a fim de anunciar se emitiria uma declaração oficial de genocídio.

Em declarações prévias à votação, Jeff Fortenberry explicou que o grande apoio que o projeto de lei recebeu desde que foi apresentado responde a sua “natureza essencial”.

“Não está acontecendo apenas uma grave injustiça no Oriente Médio contra os cristãos, yazidis e outras minorias religiosas que têm um grande direito a viver em sua pátria ancestral como qualquer outro, mas também existe uma ameaça contra a própria civilização”, disse.

“Quando um grupo de pessoas, ISIS, bárbaros do século XVIII com armas do século XXI, podem tentar eliminar sistematicamente outro grupo de pessoas simplesmente por razão de suas tradições religiosas, violando o espaço sagrado de individualidade, consciência e liberdade religiosa, minam todo o sistema da ordem internacional, deixando fora o estado de direito, a boa interação social, a civilização mesma”, continuou.

O presidente da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), Dom Joseph Kurtz, pediu nesta segunda-feira aos fiéis do país que assinem um pedido a fim de que o Departamento de Estado reconheça o genocídio de cristãos no Oriente Médio.

“Hoje o povo de Deus deve falar em favor de nossos irmãos e irmãs que enfrentam o genocídio no Oriente Médio. Encorajo todo católico a fim de que assine o pedido acessando este link: www.stopthechristiangenocide.org ”, disse.

“O futuro da antiga presença cristã no Oriente Médio está em jogo”, advertiu e assinalou que “com o passar do tempo, a lista de mártires modernos cresce”.

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“Ao mesmo tempo que nos regozijamos na vitória final sobre a morte através do poder do amor de Jesus, devemos também ajudar os nossos companheiros cristãos a carregar a cruz da perseguição e, tanto quanto for possível, devemos ajudar a aliviar o seu sofrimento”.

Apesar da próxima data-limite no dia 17 de março, o Departamento de Estado poderia adiar seu pronunciamento, conforme assinala a agência Associated Press. O organismo do governo ainda estaria em meio de uma análise legal da situação.

Um relatório de 300 páginas, no qual foram detalhadas as atrocidades cometidas contra os cristãos no Iraque e na Síria, foi enviado ao Departamento de Estado na semana passada pelos Cavaleiros de Colombo e pela organização “Em Defesa dos Cristãos”.

O documento contém também testemunhos de primeira mão de vítimas da violência e do deslocamento nas mãos do Estado islâmico, ou de familiares destas vítimas.

Também inclui uma lista de assassinatos, roubos, escravidão sexual e ameaças do Estado Islâmico contra os cristãos.

O termo “genocídio” é significativo porque – embora não seja legalmente vinculado aos países ou autoridades que o usam – tem um significado moral e poderia obrigar outros países e finalmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas a atuar.

Estados Unidos poderia tomar uma série de medidas para responder ao genocídio, inclusive a aceleração do processo de reassentamento para as vítimas e prover uma maior ajuda humanitária.

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