BUENOS AIRES, 17 de mar de 2016 às 14:30
Em um documento intitulado “Estive preso e fostes me visitar”, preparado em novembro de 2015, mas publicado recentemente pela Conferência Episcopal Argentina (CEA), a Igreja no país denunciou que dinheiro do Estado orçamentado a fim de pagar necessidades básicas dos reclusos foi desviado para “atos corruptos”.
Na mensagem, difundida por ocasião da 173º reunião da Comissão Permanente da CEA, os bispos sublinharam que muitas vezes não são garantidos aos presidiários argentinos os “bens essenciais” para toda pessoa, tais como “a alimentação, a moradia digna, a saúde, a educação, o trabalho, a religiosidade, os vínculos familiares, a recreação e a arte”.
“Infelizmente – denunciaram – parte dos recursos econômicos orçamentados pelo Estado para atender essas necessidades básicas são desviados por meio de atos corruptos e não chegam aos presidiários”.
Em seguida, a CEA sublinhou que “nenhum recluso deve carecer destes bens e dos direitos e garantias constitucionais de todo cidadão, qualquer que seja a sua condição social, ou a razão de sua prisão”.
Os bispos lamentaram que na Argentina “os fatos delitivos sejam multiplicados, somados muitas vezes a violência e a morte”. Nesta situação, assinalaram, “estamos convencidos de que a solução oportuna para resolvê-los não é simplesmente aplicar penas mais severas e mais prisões”.
“O caminho deve ser outro”, indicaram, e passa por “concretizar e aprofundar mais políticas de inclusão que, procurando o bem comum, oferendo igualdade de oportunidades a todos os membros da sociedade, para seu justo e devido desenvolvimento integral”.
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Nesse sentido, a CEA também apontou que um caminho para garantir que os reclusos recebam os seus bens essenciais “é uma abertura institucional que gere convênios e ações articuladas com outras organizações estatais e privadas que contribuam com seus conhecimentos e seus esforços”.
Entre estas organizações, os bispos recomendaram as “universidades e casas de estudos terciários, câmaras empresariais, de comércio, organismos diversos, ONGs, fundações com fins culturais ou recreativos, e Igrejas”.
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— ACI Digital (@acidigital) 4 de março de 2016