NOVA IORQUE, 17 de mar de 2016 às 19:00
Abortos e consumo de anticoncepcionais são as armas que o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) usa a fim de manter disponível seu “fornecimento” de escravas sexuais nos territórios que tomaram, segundo um relatório recente do jornal americano ‘The New York Times’.
#ISIS using birth control to keep supply of sex slaves https://t.co/zhUs6ED7o5 pic.twitter.com/rT4ykTQCaW
— Al Arabiya English (@AlArabiya_Eng) 13 de março de 2016
O relatório do ‘New York Times’, intitulado “Para manter o fornecimento de escravas sexuais, ISIS exorta o controle de natalidades”, recolhe testemunhos de 37 mulheres yazidis que conseguiram escapar recentemente das mãos do Estado Islâmico.
Uma das entrevistadas foi uma jovem de 16 anos, que não sabia sequer que cada dia lhe davam pílulas anticoncepcionais.
“Cada dia, eu tinha que tomar uma pílula na frente dele. Ele me dava uma caixa por mês. Quando acabava, me dava outra. Quando fui vendida de um homem a outro, a caixa de pílulas chegou comigo”, recordou.
De acordo com as informações do jornal americano, para o Estado Islâmico, “um homem deve assegurar-se de que a mulher que escraviza não tenha filhos, antes de ter relações com ela”.
“Para que o tráfico sexual funcione bem, os combatentes apoiam agressivamente o controle de natalidade em suas vítimas, para que deste modo possam continuar abusando sem cessar delas, enquanto trocam de mulheres entre eles”, explicou o ‘New York Times’.
Outra adolescente, vendida por sete vezes, recordou que quando a traficavam mostravam a caixa de anticoncepcionais como prova de que não estava grávida.
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O terceiro homem que a comprou, suspeitando de um atraso em seu ciclo menstrual, deu-lhe uma pílula do dia seguinte, causando-lhe sangramento. Ainda inseguro, depois disto injetou-lhe uma dose de 150 miligramas do anticoncepcional Depo-provera.
Abdal Ali declarou que sua irmã tinha apenas de 20 anos quando os terroristas do ISIS quiseram submetê-la a um aborto com medicamentos.
“Ela escondia o remédio embaixo da sua língua e, quando deixavam de olhar para ela, cuspia o remédio”, assinalou Ali.
“Queriam se desfazer da criança a fim de que pudessem usar a mulher”, disse.
Outra jovem de 20 anos, sequestrada já grávida, foi eventualmente levada a um hospital para que praticasse um aborto. Mas ela se negou e, em seguida, o sequestrador ficou furioso e bateu no seu estômago várias vezes.
Ao voltar para casa, a jovem aproveitou que seu sequestrador havia saído para poder escapar. Algumas semanas depois, conseguiu abandonar o território do Estado Islâmico e deu à luz um bebê saudável.
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— ACI Digital (@acidigital) 21 de janeiro de 2016