Miguel Alejandro Razo Silva, jovem mexicano conhecido no mundo dos mágicos como Kyrio, há alguns anos e com a permissão do Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera, se dedica a evangelizar através do ilusionismo.

Em entrevista concedida ao Grupo ACI, Razo explica que converteu a magia em uma ferramenta de evangelização porque esta “é uma arte cênica que imediatamente consegue prender a atenção das pessoas. Elas recordam um momento da sua infância, sorriem e, deste modo, têm o coração disposto a receber, pois estão contentes”.

Este jovem de 24 anos usa a Bíblia e a doutrina da Igreja como base de suas apresentações a fim de que “as pessoas saiam com o propósito de realizar ações concretas e mostra-lhes que se realmente acreditarem em Deus sua vida pode mudar. Não quero que apenas digam que o espetáculo foi bonito”.

Kyrio tem diferentes formas de fazer as mágicas, de acordo com o público que se apresenta. Às crianças, prega acerca de temas como a obediência e o respeito; enquanto aos jovens e adultos, fala sobre o aborto, os vícios, a violência familiar, o bulling, a misericórdia, entre outros temas.

Seu nome artístico, Kyrio, surgiu do seu primeiro grupo paroquial, chamado Kyrios. Esta é palavra grega que significa “o Senhor” e o jovem tirou a letra ‘s’, porque “não pretendia ser o Senhor”.

Miguel cresceu em uma família católica e na fase da sua adolescente se afastou da Igreja. Aos 18 anos teve uma namorada evangélica, que queria que ele se convertesse à sua igreja. Para refutar seus argumentos, começou a ler a Bíblia e graças a isso teve um encontro pessoal com Jesus e entrou em um grupo paroquial onde começou a receber formação.

O jovem recorda que sua paixão pela mágica começou quando, em um certo dia, enquanto jantava com seu pai, assistiu um homem fazendo truques. Ficou impressionado e pensou “eu quero fazer isso”.
 
Miguel Razo, que também é formado em administração, colaborou com reconhecidos mágicos a nível nacional, como Mara Escalante, Arath de la Torre, Rodrigo Murray e Odiseo Bichir.
 
Sua motivação ao participar dos espetáculos era “estar em contato com o público e transmitir-lhes alguns valores”.
 
Uma das primeiras vezes na qual uniu o apostolado com a mágica, contou ao Grupo ACI, foi quando participou de um retiro para 200 crianças. Miguel levou alguns materiais, mas o organizador do evento disse que não eram necessários.

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Então, “o Senhor fez uma revolução nas crianças, não ficavam quietas”. Para acalmá-los, Kyrio fez alguns truques com a “condição de que me respondessem sobre o tema que estávamos falando. A partir daí disse ao Senhor: ‘Se você me ajudar a unir isto (a mágica) e colocá-la ao teu serviço, quero fazê-lo toda a minha vida’”, manifestou.  
 
“No começo não foi fácil” porque “a mágica nos leva a pensar no esoterismo ou na bruxaria”, indicou. Por isso pediu ajuda do seu pároco e diretor espiritual, Pe. Eligio Luna Vega, que no princípio questionava sua atividade.
 
Miguel propôs demonstrar-lhe “que evangelizar com a mágica era algo bom”. Sendo assim, concentrou-se em fundamentar e aperfeiçoar o espetáculo. Foi quando o sacerdote lhe pediu que fizesse uma apresentação na paróquia e pouco a pouco foi chegando a outras igrejas.

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Atualmente, Miguel Razo colabora com Mons. Pedro Agustín Rivera Díaz, ex-capelão da antiga Basílica de Guadalupe, nas catequeses diárias.
 
Também fundou a Associação de Ilusionistas Mexicanos ‘Promoviendo Valores’, na qual participam outros mágicos e palhaços. Juntos desenvolvem um projeto chamado “Não à violência, mas sim a arte da mágica” a fim de “conscientizar os mexicanos sobre os valores”.