Em 11 de abril, o Arcebispo de Caracas (Venezuela), Cardeal Jorge Urosa Savino, expressou sua preocupação pelos linchamentos de ladrões e pediu aos cidadãos que não se deixem levar pelo ódio, pois a delinquência é um problema que deve ser combatido pelo Estado de acordo às leis.

Nas últimas semanas foram registradas em várias partes do país linchamentos de delinquentes, capturados por grupos de pessoas que queriam golpeá-los e, em alguns casos, queimá-los. Segundo a imprensa local, no município Sucre, do estado Miranda, ocorreram 10 atos desses durante a última semana.

A Promotora-Geral da República, Luísa Ortega Díaz, disse nesta segunda-feira à Globovisión que o Ministério Público iniciou a investigação de 26 casos de linchamento, dos quais dois ocorreram em 2015 e 24 durante este ano. Indicou que isto causou a morte de 20 pessoas e outras 17 ficaram feridas.

Em um comunicado, o Cardeal e os bispos auxiliares de Caracas advertiram que os linchamentos são inaceitáveis e vão “contra o quinto mandamento da Lei de Deus, o qual proíbe matar, e que além disso é uma grande injustiça pois castiga com a morte delitos menores e algumas vezes mata pessoas inocentes”, como Roberto Fontes, um homem assassinado em Caracas por um grupo de pessoas que o confundiu com um delinquente.

“Em nome de Deus pedimos aos cidadãos: não se deixem levar pelo ódio nem pela vingança. Não se tornem assassinos! Os delinquentes devem ser punidos pelo Estado de acordo às leis vigentes”, expressou.

O Arcebispo disse que é compreensível “que os cidadãos honestos e trabalhadores se sintam revoltados pela impunidade de muitos delinquentes na situação atual do país”.

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Entretanto, recordou que, “de certo modo, isto é responsabilidade dos diversos organismos do poder público, o qual têm a grande obrigação de proteger a vida e os bens dos venezuelanos”.

Por isso, reiterou seu “urgente apelo” ao governo de Nicolás Maduro, à Polícia e aos juízes, a fim de prender os delinquentes e puni-los.

“Peçamos a Deus Nosso Senhor que nos ilumine para que todos possamos agir de acordo a sua Palavra e trabalhemos sempre pela justiça. Que a Virgem de Coromoto nos ajude a alcançar a convivência social e a paz”, concluiu o Cardeal.

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