O chamado “santo guerreiro”, um grande defensor e testemunha da fé cristã. Este foi São Jorge, cuja festa é celebrada neste dia 23 de abril. A grande devoção dedicada a este santo foi recordada pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, em artigo no qual convida os fiéis a pedirem “Que São Jorge nos ensine a dialogar permanentemente na defesa de nossa fé e na construção da paz”.

Padroeiro do estado do Rio de Janeiro, São Jorge é muito devotado não apenas entre esta população, mas em todo o Brasil e vários outros países. Há poucas informações sobre sua história, mas, conforme indica Dom Orani, “o carinho de seus devotos acrescentou elogios em sua vida, dando algumas características daquilo que o coração fala e admira, embora nem sempre corresponda a fatos históricos”.

Filho de pais cristãos, Jorge de Anecii viveu no século III, quando Diocleciano era imperador de Roma. Nasceu na antiga Capadócia, que atualmente pertence à Turquia, e ainda criança se converteu a Cristo, “quando passou a temer a Deus e a crer em Jesus como seu único e suficiente salvador pessoal”.

Após a morte de seu pai, mudou-se com sua mãe para a Palestina, ingressou no serviço militar e “distinguiu-se por sua inteligência, coragem, capacidade organizativa, força física e porte nobre”. Assim, logo foi promovido a capitão do exército romano e ainda recebeu o título de Conde. “Com a idade de 23 anos, passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções”, indica o Cardeal.

Entretanto, “nessa mesma época, o Imperador Diocleciano traçou planos para exterminar os cristãos”, o que não intimidou Jorge. “No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião, declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses”.

Nesta ocasião, Jorge se manteve “com grande coragem” e firme em “sua fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens”.

Um cônsul, então, o questionou sobre a origem de tal ousadia, ao que respondeu que era por causa da verdade.

“O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: ‘o que é a verdade?’. Jorge respondeu: ‘A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e n’Ele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade’”.

Diante disso, o Imperador tentou fazer com que Jorge desistisse de sua fé, submetendo-lhe à várias torturas. Mas, nada disso o fez negar sua fé.

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“A fé deste servo de Deus era tamanha que muitas pessoas passaram a crer em Jesus e confessá-Lo como Senhor, por intermédio do testemunho e da pregação do jovem soldado romano”, conta o Arcebispo.

Jorge, então, foi degolado em 23 de abril de 303, por ordem de Diocleciano. “Logo, a devoção a ‘São’ Jorge tornou-se popular. Celebrações e petições a imagens que o representavam se espalharam pelo Oriente e, depois das Cruzadas, tiveram grande entrada no Ocidente”.

“A imagem de São Jorge – explica Dom Orani – é representada por um jovem vestido com uma armadura, sentado em um cavalo branco com uma lança atravessando o dragão, pois o santo é imortalizado no ‘conto’ em que mata um dragão”.

Seus restos mortais “foram transladados para Lida (ou Lod, antiga Dióspolis), que é uma cidade da região da atual Israel e foi onde teria residido sua mãe”. Mais tarde, neste local o “imperador cristão Constantino mandou erguer um suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente”.

Sua devoção se espalhou e o santo se tornou patrono “da Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Aragão, Lituânia, da cidade de Moscou e de muitos outros locais e entidades”.

Neste dia de São Jorge, o Cardeal Tempesta exorta a que “contemplemos a todos com os olhos da fé e oremos para que todos busquem a vida nova em Cristo”.

“Ao olhar para São Jorge – anima – possamos, a exemplo dele, lutar contra o dragão do mal para sermos vencedores nesta batalha contra os questionamentos da nossa fé”.

“Que com a mesma coragem professemos esta nossa fé neste tempo de tantas questões e problemas, e que, com o coração aberto, vivamos como irmãos e irmãs que em Cristo se amam”, completa.

Por fim, pede “pela paz em nossa amada cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e em nosso Estado.