BEIJING, 26 de abr de 2016 às 17:00
O Bispo Emérito de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, solicitou ao governo da China “para que se ponha fim à perseguição contra os cristãos e que permita o direito à liberdade religiosa”.
Em uma pequena manifestação de aproximadamente 100 pessoas no último domingo, 24, em frente aos escritórios administrativos de Hong Kong, o Cardeal afirmou “que não podemos apenas saber que devemos confrontar esta perseguição. Não podemos ficar sem fazer nada. Se ficamos quietos, somos cúmplices”.
No mesmo dia, a comissão diocesana de Justiça e Paz de Hong Kong anunciou a conclusão de uma campanha a fim de pedir ao Papa Francisco que reze pela liberdade religiosa e pelo fim da perseguição na China.
Esta campanha reuniu cerca de 800 assinaturas na Diocese, solicitando ao governo que não retire as cruzes das igrejas e pedindo as orações do Pontífice pelos dois bispos desaparecidos.
Em declarações à UCAnews.com, o Cardeal afirmou que espera “que o Papa possa incluir a campanha para evitar a retirada das cruzes e os bispos desaparecidos em suas orações do dia”.
As autoridades retiraram aproximadamente 1700 cruzes desde o final de 2013.
A comunidade católica também está preocupada com os dois bispos da província de Hebei: Dom James Su Zhimin, de 84 anos; e Dom Cosmas Shi Enxiang, de 95 anos.
“Estes dois bispos permaneceram presos por mais da metade de suas vidas. E permaneceram desaparecidos entre 15 e 18 anos”, assinala o pedido.
A Igreja Católica na China
China permite o culto católico unicamente à Associação Patriótica Católica Chinesa, subordinada ao Partido Comunista da China, e rechaça a autoridade do Vaticano para nomear bispos ou governá-los. A Igreja Católica fiel ao Papa não é completamente clandestina; embora seja assediada constantemente.
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As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano se romperam em 1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram os clérigos estrangeiros.
Em dezembro de 2010, a nomeação de um bispo legitimamente ordenado como Presidente da associação, durante uma assembleia a qual sacerdotes e bispos fiéis a Roma tiveram que comparecer a força, gerou um distanciamento entre o Vaticano e a China.
Em seguida, a Santa Sé tentou se aproximar das autoridades do governo do gigante asiático.
Entre 2012 e 2015, a China permitiu a ordenação de dois bispos aprovados pelo Vaticano, fato que permitiu certa aproximação.
Em agosto de 2014, enquanto se dirigia a Coreia do Sul, o Papa Francisco enviou um telegrama ao presidente da China, Xi Jinping, quando seu avião sobrevoava o espaço aéreo do país para expressar-lhe seus melhores desejos e enviar uma bênção para esta nação.
O fato de que o Papa tenha recebido a permissão para sobrevoar o espaço aéreo chinês foi considerado como um pequeno avanço. O Papa João Paulo II teve que evitar o espaço aéreo deste país durante suas viagens à Ásia.
Confira também:
Bispo chinês símbolo de fidelidade ao Papa morre aos 96 anos https://t.co/PAvLP1z8Iq pic.twitter.com/jPBuyYzy6y
— ACI Digital (@acidigital) 5 de abril de 2016