BEIJING, 29 de abr de 2016 às 11:00
Com a política de erradicar os símbolos do cristianismo em toda a China, no dia 14 de abril, dois membros de um grupo encarregado de demolir a igreja cristã Beitu, localizada na região central da China, foram presos pela polícia depois de ter assassinado com uma máquina de escavação a esposa de um pastor cristão que tentou detê-los.
In Demolition Campaign Against ‘Illegal Buildings’, China Destroys Christian Churches https://t.co/UA98UzYamn pic.twitter.com/lr5XerM6Pj
— BCNN1 (@bcnn1) 27 de abril de 2016
Ding Cumei e seu esposo Li Jiangong foram empurrados em um buraco e enterrados vivos pela escavadeira durante uma reunião de sua congregação. Seu esposo conseguiu escapar, mas ela não.
Uma empresa apoiada pelo partido comunista que governa o país enviou a equipe de demolição à igreja depois que um promotor local decidiu entrar na propriedade, assim o denunciou a ONG cristã de direitos humanos, China Aid.
ADVERTÊNCIA: As imagens são fortes e podem ferir a suscetibilidade do leitor.
Um dos membros da tripulação supostamente disse “enterre-os vivos por mim... serei responsável pelas suas vidas”. Além disso, um policial local contou à China Aid que dois membros encarregados da demolição foram presos, mas o oficial que cuidava do caso não divulgou os supostos crimes.
Os cristãos locais disseram que as autoridades governamentais encarregadas desta região não estavam presentes para fiscalizar a demolição. Por sua parte, Li denunciou que a polícia demorou bastante tempo para atender o assassinato.
Bob Fu, presidente da ONG China, assegurou ao Grupo ACI no último 25 de abril que o cristianismo se converteu no “objetivo principal” na cultura e é tratado como “uma ameaça política e de segurança para o regime”.
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Deste modo, assinalou que a situação dos cristãos na China mudou com o governo do presidente Xi Jinping, que assumiu o cargo em 2013. Comparou a situação com uma “nova revolução cultural”.
Nos mandatos anteriores de Jiang Zemin e Hu Jintao, “oficialmente, o cristianismo não era considerado abertamente como uma ameaça à segurança nacional”.
Naqueles tempos, a suspeita e a repressão estavam centradas nas igrejas não registradas, tanto em igrejas protestantes como católicas. Agora, inclusive as igrejas registradas enfrentaram um maior escrutínio e perseguição.
Atualmente, os líderes das igrejas sancionadas pelo governo foram sentenciados por crimes considerados “graves”.
Não é o primeiro caso
Um dia antes, em 13 de abril, as autoridades comunistas na província costeira de Zhejiang, demoliram o edifício da igreja cristã Head Island na cidade de Wenzhou, depois de alegarem que a cruz do recinto era muito alta, tinha sido construída ilegalmente e violava as normas de construção.
Os líderes da igreja e outros membros dos fiéis se opuseram à demolição em um primeiro momento, até que os funcionários do governo ameaçaram os manifestantes.
Um dos membros da igreja calcula que a destruição da igreja de três andares teve um valor de aproximadamente 460 mil dólares.
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— ACI Digital (@acidigital) 26 de abril de 2016