O aborto voltou à pauta no Senado brasileiro na quinta-feira, 28 de abril, quando foi realizada audiência pública sobre a Sugestão Legislativa (SUG 15/2014) que regulamenta a interrupção voluntária da gravidez pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até a 12ª semana de gestação. Entre as participantes esteve a ex-feminista Sara Winter, que denunciou a atuação dos movimentos feministas na facilitação e incentivo ao aborto.

A SUG 15/2014 foi encaminhada à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, onde o seu relator, o senador Magno Malta (PR-ES), requereu a realização de Audiências Públicas para debater o tema. Esta foi a quinta audiência sobre a questão.

O tema havia sido levantado em 2014, na página Ideias Legislativas, no Portal e-Cidadania, contabilizando mais de 20 mil assinaturas, número necessário para que uma ideia de projeto legislativo seja remetida à Comissão.

Atualmente, a legislação brasileira só permite o aborto em casos de estupro, risco de morte para a mãe ou anencefalia fetal.

Na última audiência, em um dos testemunhos contra o aborto, a ex-feminista Sara Winter afirmou que “o incentivo que o movimento feminista faz à facilitação a esse tipo de crime é muito grande”.

“Venho aqui hoje fazer uma denúncia: o movimento feminista no Brasil tem grupos organizados no Facebook que facilitam o aborto para as mulheres, fazem ‘vaquinha’ para comprar Cytotec (remédio abortivo)”, declarou.

Winter reconheceu que isso aconteceu com ela e reforçou que “acontece todos os dias”. “Todas as provas estão no meu celular e já foram passadas para as autoridades devidamente responsáveis para que seja aberta uma investigação”, disse.

Recordando sua experiência com o movimento feminista, ela contou que teve contato com o grupo quando, após o término de “um relacionamento abusivo”, descobriu que estava grávida de 11 semanas. Recorreu ao movimento para pedir ajuda e o que ouviu foi “aborta, porque isso não é uma vida, é um amontoado de células”.

“Fui em um grupo de feministas procurando ajuda, um abraço de amigas, mas o que encontrei foram quatro comprimidos de Cytotec. Recebi esses comprimidos de uma médica, uma ortopedista, e fiz a pior coisa que poderia ter feito na minha vida”, contou a ex-feminista, ressaltando que se tivesse conhecido iniciativas pró-vida naquela época, não teria cometido o aborto.

Sara Winter destacou que “é muito fácil dar um abortivo, incentivar o aborto dizer que ‘isso é só um aglomerado de células’, desconsiderando completamente qualquer emoção ou qualquer sequela emocional ou física que a mulher vai ter depois disso”.

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Segundo ela, muitas outras mulheres também praticaram o aborto por “desinformação e pelo incentivo de terceiros”.

“Tenho pena e rezo por essas meninas, porque a maioria é tão inocente que nem sabe que estão sendo enganadas. As grandes intelectuais, acadêmicas, políticas estão enchendo o bolso de dinheiro e usando todas as outras como massa de manobra”, expressou.

De acordo com Sara, “hoje em dia a principal pauta do feminismo no Brasil é o aborto”. “Todos nós sabemos que isso não é à toa e que existe um grande financiamento internacional de ONGs que querem mudar a legislação do nosso país”, disse.

Além do financiamento, Winter considerou ainda que “o movimento feminista só quer legalizar o aborto por questões de ego, porque existem tantas outras pautas importantes que estão sendo deixadas de lado”.

Quando à SUG 15/2014, que regula a interrupção voluntária da gravidez, dentro das doze primeiras semanas de gestação, pelo sistema único de saúde, a ex-feminista declarou que “o Estado não consegue dar conta nem do SUS, nem do que a gente já tem, e agora quer dar conta de aborto”. Ela ressaltou ainda que o arrependimento desta prática é grande e muitas vezes leva a “suicídio, depressão, síndromes pós-aborto”.

“Quando você comete um aborto, você não mata apenas um bebê – sublinhou –, você mata junto uma mãe”.

Além de Sara Winter, representaram o movimento pró-vida na audiência pública a fundadora das Casas de Amparo às Gestantes do Rio de Janeiro, Doris Hipólito, e a presidente do Centro de Reestruturação para a Vida – CERVI, Rosemeire Santiago. Falaram a favor do aborto as juristas Eloísa Machado de Almeida e Leila Linhares, a redatora do projeto de lei que permitiu a descriminalização do aborto na Cidade do México, Letícia Bonifaz, e a médica obstetra Melânica Amorim.

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