O ginecologista estava praticando um aborto em um dos gêmeos no ventre da mãe, pois um deles sofria de “uma cardiopatia fetal grave”, mas, durante a intervenção, equivocou-se e abortou o feto saudável. Isto ocorreu em 2011, mas a sentença foi ditada recentemente no tribunal. O ginecologista, identificado como Gema F.M., foi inabilitado e condenado à prisão.

O Tribunal Penal número nove de Sevilha (Espanha) condenou o ginecologista a quatro meses de prisão e inabilitação especial para o exercício da medicina durante três anos. Ele trabalhava na clínica ‘El Sur Atocha Clínica Ginecológica’ de Sevilha.

Segundo informações do jornal ABC em sua edição de Sevilha, o médico praticava um ‘aborto seletivo’ em uma mulher grávida de gêmeos e realizou a punção sobre o feto saudável em vez de atuar sobre o que sofria uma ‘cardiopatia fetal grave’, motivo pelo qual a mãe havia decidido praticar o aborto seletivo.

Em sua sentença, o tribunal declara como fatos provados que depois da inseminação in vitro de dois embriões em agosto de 2011 no hospital Virgem das Neves em Granada, a mulher – a qual tem a identidade preservada – ficou grávida de gêmeos. Na 20ª semana de gestação, um médico do hospital ‘Puerta del Mar’ de Cádiz diagnosticou em um dos bebês uma ‘cardiopatia fetal grave’.

O hospital de Cádiz, segundo a sentença, autorizou a interrupção legal da gestação, encaminhando o casal à clínica, coordenada com o Serviço Andaluz de Saúde (SAS).

Em dezembro de 2011, praticaram o aborto na clínica ‘El Sul Atocha Clínica Ginecológica’ de Sevilha, através de uma punção. Conforme precisam, o ginecologista “prescindindo das mais elementares medidas de precaução que exige perícia médica, praticou a punção sem certificar-se antes qual era o feto doente, furando o feto saudável, erro que poderia ter sido evitado tomando as elementares medidas de comprovação ecográfica da posição de ambos os fetos”.

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Segundo os dados do jornal ABC, em janeiro de 2012, no hospital ‘Puerta del Mar’ de Cádiz, descobriram através de uma ultrassonografia que a punção havia sido praticada ‘no feto saudável’.

A mãe, por fim, decidiu abortar também o feto com cardiopatia.

Além do ginecologista ter sido condenado à prisão por imprudência grave durante quatro meses e a inabilitação para o exercício de sua profissão ou cargo relacionado com a medicina durante três anos, também teve que pagar uma indenização de 50 mil euros à gestante, que em 2013 teve um filho.

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