ROMA, 17 de mai de 2016 às 20:00
O Arcebispo de Bogotá e Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), Cardeal Rubén Salazar, destacou o acordo entre o governo e as FARC a fim de libertar os menores de 15 anos dos acampamentos guerrilheiros e recordou que a Igreja sempre apoia iniciativas que permitam a reinserção social das pessoas que abandonam as armas, “especialmente quando se trata de crianças”.
No domingo, as delegações das FARC e do governo que negociam em Havana (Cuba) anunciaram um acordo para retirar menores de 15 anos dos acampamentos do grupo guerrilheiro e elaborar um roteiro para fazer o mesmo com os menores de 18.
O acordo inclui um programa de atenção para garantir sua incorporação à sociedade. Embora o chefe da equipe negociadora das FARC, Luciano Marín (aliás Iván Márquez), disse que há 21 somente menores de 15 anos, a alta conselheira presidencial para os Direitos Humanos, Paula Gaviria, disse que só saberão a verdadeira quantidade de menores quando elaborarem os protocolos e começarem a desmobilização dos menores, que deve ocorrer antes da assinatura do acordo de paz.
O Cardeal Salazar assegurou que “a Igreja sempre esteve presente em todos estes processos, o que chamamos a reinserção de todas estas pessoas que em algum momento estiveram na guerrilha, a fim de que possam se reincorporar plenamente à vida civil”.
Nesse sentido, recordou que atualmente existe “uma série de processos tanto do governo como da Igreja, que às vezes se complementam ajudando-se e apoiando um ao outro, para obter esta reinserção, especialmente quando se trata de crianças que, na maior parte dos casos, foram recrutadas de forma violenta e por isso precisam de um acompanhamento especial em todos os campos”.
“Vivemos uma situação anormal, absurda, sem absolutamente nenhuma explicação durante muitos anos”, afirmou em declarações ao Grupo ACI, de Roma, onde se encontra nestes dias.
“Agora, temos a oportunidade de que a situação mude radicalmente, de que as FARC deixem de ser as FARC, ou seja, que deixem de ser um grupo subversivo, que com as armas tenta impor suas ideias, e se converta em um partido político que entre no jogo democrático”, assinalou.
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“Sem dúvidas, isto requer transformações da maneira de como está sendo feita a política na Colômbia e isto é o que estão tentando encontrar nas negociações”, explica o Cardeal.
A assinatura do acordo de paz entre o governo e as FARC depende da visita do Papa Francisco a Colômbia, que seria nos primeiros meses de 2017.
Com relação a este tema, o Cardeal confirmou que “a organização está sendo feita. Já existem comissões que estão trabalhando… espero que em breve tenhamos também a confirmação da data que o Santo Padre virá nos visitar. Estamos esperando muito felizes”.
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Papa Francisco visitará Colômbia em 2017, assegura Presidente do episcopado https://t.co/u9pg9WHOH6 pic.twitter.com/k6ebzobyqy
— ACI Digital (@acidigital) 26 de janeiro de 2016