SANTIAGO, 20 de mai de 2016 às 19:00
O governo chileno liderado pela presidente Michelle Bachelet deu início a um processo de participação pública para legislar em 2017 o chamado “casamento igualitário” (do mesmo sexo), o qual também prevê a adoção de filhos.
Mesmo que exista no país, desde 2015, o Acordo de União Civil (AUC), o qual regula os efeitos jurídicos da convivência como o regime de propriedade, saúde e herança entre casais do mesmo sexo e/ou heterossexuais, especialistas advertem que o novo projeto de “casamento igualitário” terá “consequências desastrosas” na “finalidade do casamento” entre um homem e uma mulher.
A proposta do “casamente igualitário” implicaria mudanças no Código Civil e nas leis do casamento civil, na adoção de menores, na pensão alimentícia e nos Tribunais da Família.
Tudo isso acotece no contexto do atual processo de reforma da Constituição.
O advogado e consultor jurídico da organização de defesa dos direitos humanos ‘Cominidade e Justiça’, Cristobal Aguilera, explicou ao Grupo ACI que a “razão de ser do casamento na sociedade é explicada pela sua orientação aos filhos”, pois é “um contrato entre um homem e uma mulher para a vida inteira, a fim de procriar e educar” e por sua vez é o fundamento da família.
Pelo contrário, no “casamento igualitário” não existe o “vínculo específico inerente” à procriação natural e “é substituído com a filiação ou a adoção”. Desta forma, os filhos deixam de ser “uma doação” no casamento e se tornam “um produto” que podem “conseguir mediante a adoção ou técnicas de fertilização assistida”, disse o advogado.
Nestes casos, “as crianças não têm o direito de ter um pai e uma mãe”, algo que o Estado deve proteger através da legislação, e também viola o direito que as crianças têm de viver em uma família, estipulado na Convenção sobre os Direitos da Criança.
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Caso esta lei de “casamento igualitário” seja aprovada, estariam “cometendo uma injustiça com essas crianças”, advertiu Aguilera.
Enquanto isso, Alexis Carrasco, de ‘Vozes Católicas’ e professor de religião e moral, disse que, embora os homossexuais possam contribuir positivamente na sociedade e não devem ser discriminados, a Igreja “mantém as suas verdades e espera essa compreensão do mundo gay” .
O “casamento igualitário”, alertou, impedirá que os filhos recebam uma educação adequada, pois “uma formação boa e completa pode ser oferecida por um pai e uma mãe”, de modo que com eles a criança pode contar com “os modelos femininos e masculinos em sua formação humana”, concluiu.
Confira também:
Isto é o que o Papa Francisco diz sobre o casamento gay em Amoris Laetitia https://t.co/qzOc5j4XSc
— ACI Digital (@acidigital) 11 de abril de 2016