SANTIAGO, 21 de mai de 2016 às 09:00
O erro de considerar as relações sexuais fora do casamento como legítimas expressões de amor é “acreditar que pode ser chamado amor verdadeiro aquele que ainda não assumiu as responsabilidades e sacrifícios essencialmente inerentes ao estado matrimonial”, disse o Cardeal Jorge Medina Estevez em seu novo livro “Castidade e sexualidade como Deus manda”.
O novo trabalho do Cardeal Medina, Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, propõe a castidade cristã à luz das sagradas Escrituras, a importância da autêntica educação sexual e o papel da família como uma garantia da perpetuação e inviolabilidade da vida.
Hoje em dia, afirmou no livro, há uma “ausência de referência moral no comportamento sexual”, que leva a uma “ampla publicidade de comportamentos escandalosos”, adverte o Cardeal de 89 anos, que em 2005 teve a responsabilidade de anunciar ao mundo a eleição do então Papa Bento XVI.
A realidade da ausência de referências morais no comportamento sexual se reflete na tolerância da sociedade às ações moralmente erradas, inúmeros divórcios e uniões fora do casamento e uma educação sexual que promove as relações sexuais como “um instrumento ‘seguro’ de prazer sem consequências ou responsabilidades”.
No entanto, esta “profunda crise moral” não é motivo para “aderir- a um pessimismo derrotista, mas um incentivo para desenvolver uma apreciação pelos princípios que podem ir subtraindo os antivalores que desumanizam e degradam a convivência social”.
Neste processo, a família tem uma importância essencial. “Cada membro de uma família – assinala o Cardeal chileno no texto – deve estar ciente do fato de que suas ações influenciam de alguma maneira aos outros, para melhor ou para pior”.
Nesse sentido, destaca o papel da escola, da mídia e dos Estados. Cada indivíduo da sociedade “deve assumir uma responsabilidade acerca deste tema e não colocar a culpa em cima dos outros”.
Por outro lado, o Purpurado se referiu à importância da fé na compreensão da caridade e da castidade como virtudes recíprocas e complementares, que são muito pouco conhecidas pela sociedade atual.
“É impossível compreender o papel da castidade se prescindimos da cosmovisão da fé cristã. E é difícil aceitar as exigências da pureza no âmbito sexual, se não levamos em consideração as características da verdadeira e autêntica caridade”, alerta o Cardeal Medina.
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“Se não houver fé na vida eterna e no misterioso estado da ressurreição, as realidades terrenas perdem a perspectiva essencial que devem ter”, acrescentou.
Além disso, como consequência do pecado original, a natureza humana ficou ferida, o que “torna o desejo sexual como uma vontade desordenada”.
Por isso, o cristão, “que foi consagrado a viver glorificando a Deus com sua vida e palavras (...) precisa de caridade, que é como o cordão que une todas as virtudes (cf. Cl 3, 14)”.
“Para poder vencer as tentações, é preciso fazer da oração um hábito constante, (...) fugir daquelas situações que podem ser ocasiões de pecado”, o Cardeal também recomendou “o costume de privar-nos de vez em quando, de algo que nós gostamos, a fim de sermos ‘treinados’”.
“Castidade e sexualidade como Deus manda”, cuja publicação faz parte da celebração dos 90 anos de vida que o Cardeal Medina completará em 23 de dezembro de 2016, está disponível na sede da Academia de líderes católicos no Chile, uma organização que ele tem colaborado com este e outros livros como “O cristão e Política” e “Duc in Altum: Vê o profundo”.
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— ACI Digital (@acidigital) 27 de maio de 2015