A notícia do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro comoveu o Brasil na quinta-feira de Corpus Christi, 26 de maio. Nas redes sociais, o assunto se tornou o mais comentado e um desenho e um textos postados por uma jovem católica viralizou, criando uma corrente de oração pela vítima.

“Menina, eu chorei por você essa madrugada” é o título da mensagem postada por Juliana Christina em seu perfil no Facebook, acompanhada do desenho de sua autoria no qual aparece a jovem violentada sendo amparada pelos braços maternos de Nossa Senhora.

Na quinta-feira, o caso da jovem foi divulgado pela imprensa e logo alcançou grande repercussão. A adolescente de 16 anos foi violentada por pelo menos 30 homens, em uma comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Em depoimento à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), a menina contou que no sábado, 21, teria ido à casa de um rapaz com quem se relacionava e só se lembra de ter acordado no domingo, 22, dopada e nua, em outra casa na mesma comunidade, cercada por 33 homens com fuzis e pistolas.

A garota retornou para casa na terça-feira, 24, mesmo dia em que retornou para a comunidade em busca do seu celular que foi roubado. Ela foi acolhida por um agente comunitário que percebeu seu estado desnorteado e a reconduziu para a família.

Na quarta-feira, 25, descobriram que fotos e vídeos da adolescente nua, desacordada e ferida estavam circulando na internet, com ironias dos agressores. A jovem foi ao médico na quinta-feira, 26, e tomou uma serie de remédios para evitar doenças sexualmente transmissíveis. Quatro suspeitos já foram identificados e estão sendo procurados pela polícia.

No Facebook, a jovem Juliana Christina foi uma dentre as milhares de pessoas que expressaram sua compaixão à vítima do crime. Ela declarou ser “impossível não me compadecer” com a história da adolescente “e tantas meninas que passam por violência semelhante”

“Menina, hoje fui à procissão de Corpus Christi, e quando tocaram Força e Vitória, eu só pensava em você, só orava por você, chorava de novo por você”, escreveu, referindo à música católica cuja letra diz: ‘Nada poderá me abalar, nada poderá me derrotar, pois minha força e vitória tem um nome e é Jesus’.

Juliana afirma que sentiu a necessidade de se expressar do seu jeito. Foi então que criou o desenho e o texto que já alcançaram mais de 10 mil compartilhamentos.

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Considera ainda que nenhum ser humano merece passar pelo que a menina de 16 anos passou e manifesta a esperança de que ela se recupere.

“Eu rogo que a Mãe Maria Santíssima a acolha em seus braços, a ponha no colo, a conforte e dê forças”, acrescenta.

Juliana conclui com um convite a “a quem tem fé – não necessariamente a fé cristã-católica – a orar por essa menina, e por todas as nossas irmãs que diariamente sofrem, que diariamente têm medo”.

A importância da ajuda às mulheres violentadas

Este apoio de diferentes pessoas é vital para as vítimas deste tipo de abuso.
No artigo “O que é violência sexual?”, da missionária da Canção Nova, Fernanda Soares, Padre Anderson Marçal explica que é preciso ter fé e esperança depois de um abuso.

“A pessoa abusada precisa saber que a vida dela não acabou ali; mais do que isso, se uma pessoa abusou dela, há alguém que a ama, e esse alguém é Deus. Então, ela precisa ter esse olhar de que a vida não acabou ali. É um caso sério? É um caso sério. É grave? É grave. Traz consequências profundas? Traz consequências profundas. Mas não é a última palavra ainda”.

Nesta sexta-feira, a jovem que foi violentada no Rio de Janeiro agradeceu nas redes sociais pelo apoio e solidariedade. "Todas podemos um dia passar e por isso... Não, não dói o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes! Obrigada ao apoio”, escreveu.

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