ROMA, 2 de jun de 2016 às 20:00
A irmã Sally, sobrevivente do massacre no Iêmen em março deste ano, encontrou-se com dois parentes do sacerdote salesiano indiano Pe. Tom Uzhunnalil, sequestrado logo após o ataque ao albergue onde as religiosas Missionárias da Caridade serviam na cidade de Áden.
Praying for Fr Tom’s return, Sister Sally recounts tale of miraculous escape #Kerala #Yemen https://t.co/3krDnjvRPY pic.twitter.com/rhWZoMgr5l
— Onmanorama (@OnmanoramaLive) 29 de maio de 2016
O emotivo encontro, segundo a página manoramaonline, aconteceu na localidade de Ramapuran (Índia), no sábado, 28 de maio. A irmã Sally conversou e rezou com o irmão do sacerdote, Mathew, e sua esposa Reetha.
A religiosa contou que no dia 4 de março, quando os terroristas atacaram o albergue para idosos e deficientes, “entraram no local quando foi aberta a porta para os visitantes. Entraram logo depois de matar os dois guardas. Nesse momento, o Pe. Tom estava rezando na capela”.
“Quando vi os homens armados entrar no albergue, tentei ligar para o Pe. Tom, mas antes que pudesse discar o número, entraram na sala onde eu estava. Embora tenha ficado em pânico, consegui esconder-me atrás da porta da dispensa. Em seguida, vi que duas pessoas caíram no chão a três metros de onde eu estava. O sangue escorria pelas suas cabeças. Eu estava em choque”.
A missionária disse que “os atacantes disparavam suas armas com silenciadores. Entraram várias vezes no meu quarto perguntando aos residentes quantas pessoas moravam no albergue. Mas não conseguiram me encontrar”.
Os terroristas “jogaram granadas no quarto seguinte para me obrigar a sair do meu esconderijo. Eu rezava para que, mesmo que fosse para morrer com a explosão do imóvel, não fosse assassinada pelos terroristas”.
“Quando saí do quarto umas duas horas depois, havia sangue por todos os lados. Um menino que era parente de um dos residentes me disse que viu os terroristas levando o Pe. Tom. Tinham vendado o sacerdote com as suas mãos para trás”.
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A religiosa contou também que “quando viu os terroristas, a primeira coisa que o Pe. Tom fez foi consumir a Santa Comunhão que estava no tabernáculo para impedir que os agressores a roubassem”.
“Embora os residentes e voluntários (…) rogassem aos terroristas para não fazer mal aos sacerdotes e religiosas, não se importaram com o pedido e dispararam contra eles um por um. Todas as vítimas foram feridas pela bala no lado direito da testa”, relatou a missionária.
As religiosas da congregação fundada pela Beata Teresa de Calcutá foram assassinadas em 4 de março no massacre, entre elas estão as irmãs Judith (41), Margarida (44), Reginette (33) e Anselm (60).
Naquele dia, um grupo de terroristas muçulmanos invadiu o convento e o albergue de idosos e deficientes localizado em Áden (Iêmen). Os assassinos mataram quatro missionárias e outras 12 pessoas residentes do local.
Após o massacre, os terroristas sequestraram o sacerdote salesiano indiano Pe. Tom Uzhunnalil, que ainda estaria sob o poder dos seus sequestradores.
Ao concluir seu relato e depois de comentar que irá à Casa Regional das Missionárias da Caridade na Jordânia, em 7 de junho, a irmã Sally disse que “antes que regresse novamente, o Pe. Tom com certeza voltará”.
Confira também:
Assassinatos do Iêmen não deterão Missionárias da Caridade, afirmam de Calcutá https://t.co/Et0L0CXlXa pic.twitter.com/RmtxPKXmfF
— ACI Digital (@acidigital) 7 de março de 2016