SALVADOR, 7 de jun de 2016 às 14:00
O estupro coletivo cometido contra uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro levantou diversos questionamentos sobre o que estes casos representam na sociedade. Diante disso, o Arcebispo de Salvador (BA), Dom Murilo Krieger, recordou os ensinamentos do Catecismo da Igreja Católico, segundo o qual, a justiça e a caridade são feridas por tal prática.
O Primaz do Brasil indicou à ACI Digital que em seu número 2356, o Catecismo “nos ensina que o estupro ‘fere a justiça e a caridade; lesa profundamente o direito de cada um ao respeito, à liberdade, à integridade física e moral, e provoca um dano grave que pode marcar a vítima por toda a vida. É sempre um ato intrinsecamente mau’”.
Para o Prelado, que também é vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “o caso da jovem que, no final de maio passado, no Rio de Janeiro, foi violentada por um grupo de jovens e adultos, fez nascer um mar de indignação em todo o país e no exterior – e com razão”.
“É inconcebível que, em pleno século XXI, aconteçam e se repitam situações como esta, que ferem profundamente a dignidade humana”, declarou.
No último domingo, reportagem do programa ‘Fantástico’, da Rede Globo, revelou novos desdobramentos da investigação sobre o estupro coletivo, após agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) encontrarem o celular de Raí de Souza, de 22 anos, que gravou o vídeo da jovem nua e desacordada.
No aparelho, foi encontrado novo vídeo da jovem sendo violentada e tentando reagir às agressões. Segundo a polícia, a menina teria sido estuprada duas vezes, uma na manhã de sábado, 21 de maio, após sair de um baile funk, e outra na noite de domingo, 22 de maio, quando foram gravados os vídeos.
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O caso ganhou repercussão na mídia mundial e, frente a tudo isso, o Arcebispo de Salvador afirma esperar “que a indignação que nasceu com a divulgação do fato ocorrido no Rio de Janeiro não se perca no meio de notícias e acontecimentos que se renovam; ao contrário, aumente sempre mais, se transforme em leis que protejam as pessoas e punam os culpados, e ajudem a criar na sociedade brasileira uma cultura de respeito e solidariedade”.
Ao ‘Fantástico’, a delegada Cristiana Bento, que comanda as investigações, disse que os responsáveis “vão responder pelos dois crimes. Pelo estupro e pela produção e divulgação de imagem de criança e adolescente”. “Que seja uma pena exemplar para mostrar para a comunidade que existe lei e que a lei quem faz é o Estado”, completou.
Raí de Souza está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro, assim como Raphael Duarte Bello, de 41 anos, de quem seria a voz no vídeo gravado e que aparece em foto com a vítima desacordada. De acordo com a polícia, outros cinco suspeitos estão foragidos.
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— ACI Digital (@acidigital) 2 de junho de 2016