VATICANO, 8 de jun de 2016 às 11:00
A catequese do Papa Francisco desta semana na Audiência Geral na Praça de São Pedro abordou o relato das Bodas de Caná, onde, segundo o Pontífice, se vê a missão a qual o cristão é chamado e que está em relação direta com o amor de Deus e o mistério pascal.
“Todos nós estamos convidados para aquelas Núpcias, porque o vinho novo nunca falta!”, exclamou o Papa.
Este relato das Bodas de Caná é uma “espécie de ‘porta de entrada’, na qual são esculpidas palavras e expressões que iluminam todo o mistério de Cristo e abrem o coração dos discípulos à fé”.
Francisco recordou que junto a Jesus estavam precisamente eles e “dando início a seu ministério público nas Bodas de Caná, Jesus se manifesta como o esposo do povo de Deus, anunciado pelos profetas, e nos revela a profundidade da relação que nos une a Ele: é uma nova Aliança de amor”, assinalou.
“A vida cristã é a resposta a este amor, é como a estória de dois apaixonados, Deus e o homem, que se encontram, se celebram e se amam, exatamente como o amado e a amada do Cântico dos Cânticos”.
“Todo o resto vem como conseqüência desta relação. A Igreja é a família de Jesus, é onde ele deposita o seu amor; o amor que a Igreja custodia e quer doar a todos”.
“Como é possível celebrar as núpcias e fazer festa se falta aquilo que os profetas indicavam como um elemento típico do banquete messiânico?”, perguntou-se o Papa. “A água é necessária para viver, mas o vinho exprime a abundância do banquete e a alegria da festa”, acrescentou.
O Pontífice explicou que, ao transformar a água em vinho, “Jesus realiza um sinal eloquente: transforma a Lei de Moisés em Evangelho, portador da alegria”.
Francisco comentou as palavras da Maria, “Façam tudo o que Ele lhes disser”, e sublinhou que “é curioso porque são suas últimas palavras contadas pelos evangelhos: são a sua herança que entrega a todos nós”.
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“Trata-se de uma expressão que reclama a fórmula de fé utilizada pelo povo de Israel no Sinai em resposta às promessas da aliança”: ‘Aquilo que o Senhor disse, nós faremos’”. Em Caná “os servos obedecem” e enchem de água as ânforas e depois as levaram ao banquete, detalhou.
“Nestas núpcias, realmente vem estipulada uma Nova Aliança e aos servos do Senhor, isto é, a toda a Igreja, é confiada a nova missão: ‘Fazei tudo quanto ele vos disser!’”.
Francisco manifestou que “servir ao Senhor significa escutar e colocar em prática sua Palavra. É a recomendação simples, mas essencial da Mãe de Jesus e é um programa de vida do cristão”.
“Para cada um de nós, beber daquela ânfora equivale a confiar-se a Deus e experimentar a sua eficácia na vida”. “O Senhor continua reservando o vinho novo para nossa salvação, assim como continua brotando do lado transpassado do Senhor”, disse.
O Papa afirmou também que a Bodas do Caná “são muito mais do que o simples relato do primeiro milagre de Jesus”. “O esperado esposo dá início às suas núpcias que se realizam no mistério pascal. Nestas bodas Jesus une os seus discípulos a si com uma Aliança, nova e definitiva”.
O Pontífice também dirigiu uma saudação a um grupo de casais que celebravam 50 anos de casados e lhes disse que “isto sim que é o vinho novo, obrigado por seu testemunho!”.
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— ACI Digital (@acidigital) 17 de janeiro de 2016